Luiza e João são nossos nomes. Uma professora de inglês e um publicitário e designer, e em todo o tempo, consagrados a Jesus pelas mãos de Maria. Temos 24 anos, nos conhecemos com 14, e neste dia dos namorados completamos 9 anos de namoro (e 1 ano de noivado), com a graça de Deus!
Nascemos no mesmo hospital, no mesmo mês, e no mesmo ano, e embora nada disso seja necessário para um relacionamento santo, nós acreditamos que Deus é realmente o condutor de todas as coisas. É Ele que permite os encontros, permanências e nos dá as oportunidades para responder com alegria a seu chamado.
Passamos por situações e aprendizados que gostaríamos de compartilhar com os casais da diocese nesta data especial que, para os cristãos, deve ser vista como mais uma oportunidade de celebrar o Verdadeiro Amor, que é Jesus, o único que pode unir verdadeiramente duas almas e dois propósitos.
Embora estivéssemos sempre na igreja (pois começamos a namorar quando cada um estava terminando o seu crisma, e estamos até hoje ativos nas pastorais e na vida comunitária da Paróquia Nossa Senhora de Fátima), infelizmente nem sempre a Eucaristia foi a verdadeira base do nosso relacionamento, e este é um ponto fundamental que gostaríamos de partilhar:
Se como católicos acreditamos que a Eucaristia é o corpo de Cristo, como seria possível amarmos verdadeiramente outra pessoa se não tivermos o Amor dentro de nós? Por mais bem intencionado que um casal seja, esse ‘amor a dois’ nunca será realmente eficaz se não tiver a Eucaristia como base do relacionamento, pois é somente Jesus Eucarístico que, se revelando em nossas vidas, poderá nos ajudar a amar. De barriga vazia, ninguém consegue servir, né? Da mesma forma, não conseguimos amar o próximo com a alma vazia, e Eucaristia é alimento básico.
Mas claro: não basta se alimentar do corpo de Cristo, é preciso testemunhar que esse Amor ESTÁ vivo em nós: nossa vida precisa ser um constante testemunho da busca pelas virtudes. Se nós formos mal educados um com o outro (ou lá fora), desrespeitosos, interesseiros, reclamões, egoístas, etc, não vamos refletir Cristo que comungamos – e não vamos motivar ninguém a ter fome e sede de Cristo.
Só no banquete Eucarístico da Santa Missa poderemos vencer uma das maior dificuldades que podem ser encontradas ao longo do caminho para um casal católico: ir contra a mentalidade do mundo de que “estar sozinho é melhor” pois “a liberdade e a busca pelo prazer estão acima de tudo”, afinal “não devemos ceder ou se doar pelo próximo porque amar não significa ‘ser bobo’”. Essas são frases muito ouvidas por aí, mas são falácias pois não refletem a Verdade.
O Evangelho é a Verdade; e Jesus nos ensina que amar é se doar sem medidas. Se sozinhos podemos ir mais rápido, juntos sempre podemos ir mais longe – e mais felizes! E falando em felicidade, além de estar com Deus e fazer as coisas para Ele, nós gostamos muito de aproveitar a vida com as coisas mais simples que um casal pode fazer juntos: comer, dar risada, ver filme, conversar, inventar ‘coisas nossas’, criar, viajar, estar com os amigos e com a família… Nós gostamos de viver! Um casal católico precisa refletir isso: a alegria da vida – sem se esquecer de buscar a SUA essência, pois cada casal tem um jeito e juntos vocês podem criar um mundo de coisas únicas que jamais iriam fazer e ser sozinhos.
Claro que é importante também se adaptar às situações, pois isso também faz parte de uma vida normal: se a situação financeira, as coisas externas (como a pandemia, por exemplo), ou a realidade do momento não estiverem favoráveis, isso não ser fonte de um problema no nosso relacionamento. Por exemplo: nós tivemos que ficar 6 meses namorando à distância por causa de um intercâmbio de um. É fundamental que o casal esteja aberto a viver o momento presente, e também a buscarem um relacionamento mais santo, pois assim Deus irá dar forças para superar tudo: o importante é estarem juntos e decidirem as coisas juntos.
Nas dúvidas e tribulações, permaneça pedindo a Deus as respostas, pois Ele dará. No meu caso [Luiza], o Senhor respondeu sobre a certeza da minha vocação matrimonial num retiro de silêncio, nos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola. Ou seja: se ficarmos parados, sem buscar Deus, não conseguiremos encontrar as respostas.
Por isso, nós buscamos Deus juntos também: rezando o santo terço; indo às missas aos domingos e durante a semana juntos, se possível, rezando juntos após a missa também; às vezes fazendo alguma novena especial; ouvindo casais de amigos e partilhando sobre experiências; tendo um sacerdote que nos acompanha; participando das pastorais (atualmente nas da juventude, catequese, música – com o Ministério Quinto Império – e no caminho para sermos Ministros da Eucaristia e Exéquias); buscando a intercessão dos nossos santos de devoção… Inclusive, no próximo ano iremos nos casar, e escolhemos alguns santos para serem nossos “padrinhos de casamento”. Não basta os padrinhos da terra, queremos padrinhos no céu também! rsrs. Alguns deles são: o casal que nos inspira, São Luis e Santa Zélia, e sua filha querida Santa Teresinha; Santa Gemma Galgani; São Padre Pio; Santa Maria Goretti; São Francisco etc.
Enfim, namorar é isso: confiar, não julgar o outro, zelar pelo seu bem estar, conhecer cada vez mais sua realidade, sua família, suas dificuldades e preferências, gostar de estar junto, aprofundar a amizade e cumplicidade. Se é pra namorar pensando que “daqui um tempo nem quero mais estar com essa pessoa”, então melhor rezar por isso e seguir outro caminho! Namorar é unir propósitos de vida. Não será um fardo passar pelas dificuldades que um relacionamento santo vai trazer, pelo contrário, será a fonte de alegria.
Por isso nós dizemos com a convicção de Cristo: namorados, vivam a castidade, sem medo. Demos graças a Deus pelo dia em que o Espírito Santo nos moveu a dizer SIM para o amor e entrar nesse caminho da castidade. É possível sim se guardar até o matrimônio, como Deus pede, e caso a queda já tenha ocorrido, vale lembrar: “onde abundou o pecado, superabundou a graça”. A busca dos sacramentos é remédio eficaz e básico contra as tentações: busquem a confissão e a Eucaristia frequentes. Por fim, não se esqueçam que o verdadeiro amor transborda! Como diz São João Paulo II, o casal não deve se fechar em si mesmo, mas ser um germe de fecundidade, de alegria em amigos, família e comunidade, de apostolado, de caridade, de busca pelo próximo, de abertura à vida. Enfim, um germe de vida eterna!
* Artigo por Luiza Mancini Ramos e João Manuel Lino Fonseca,
Paróquia Nossa Senhora de Fátima, Santo André Utinga
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