Pela primeira vez num formato descentralizado, o próximo Sínodo dos Bispos – com o tema Por uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão – iniciará o seu caminho sinodal de três anos a partir das Igrejas Particulares. A inauguração solene será realizada pelo Papa Francisco nos dias 9 e 10 de outubro de 2021, no Vaticano. Uma semana depois, no dia 17 de outubro (domingo), um momento de reflexão, oração e celebração eucarística acontecerá nas dioceses, sob a presidência do bispo diocesano. O itinerário trienal proposto pelo sumo pontífice será articulado em três fases (diocesana, continental e universal), por meio de consultas e discernimento, que culminará com a XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, a ser realizada em outubro de 2023, na cidade de Roma, capital da Itália.
Exemplo de sinodalidade
Na fase diocesana, o objetivo é a consulta do povo de Deus para que o processo sinodal se realize na escuta da totalidade dos batizados (leigos, sacerdotes, missionários, consagrados, bispos, cardeais), conforme consta do documento do sínodo. Para facilitar a participação de todos, a Secretaria do Sínodo enviará um texto preparatório acompanhado de um questionário e um vade-mécum com as propostas para a realização da consulta. “O Sínodo dos Bispos É um exemplo de sinodalidade. O papa propõe uma Igreja que aprenda a ser sinodal. Esse caminho será preparado para que a Igreja faça uma experiência de sinodalidade.”, afirma o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini.
De acordo com Dom Pedro, que também preside a Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), a questão da sinodalidade vai nos ocupar daqui para frente, uma vez que também teve início do processo de escuta da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, que será será realizada entre os dias 21 e 28 de novembro deste ano. O bispo explica que a palavra sínodo, do grego, significa “caminhar juntos” e cita pensamento de São João Crisóstomo: “o nome da Igreja é sínodo, no sentido de que não existe igreja, se existe separação, divisão, cada um para um lado”,reitera.
Referência do Concílio Vaticano II
De acordo com Dom Pedro, neste sentido, a eclesiologia que embasa a sinodalidade é a do Concílio Vaticano II, que coloca e define a Igreja como mistério de comunhão que brota da trindade. “Na Lumen Gentium (constituição dogmática), que reafirma a Igreja como a unidade na diversidade. Essa sinodalidade é o modo de ser Igreja”, analisa.
Segundo texto divulgado pelo Vatican News, cada bispo, antes de outubro de 2021, nomeará um responsável diocesano como ponto de referência e conexão com a Conferência episcopal, que acompanhará a consulta na Igreja particular a cada passo. Por sua vez, a Conferência episcopal nomeará um responsável ou uma equipe como ponto de referência junto aos responsáveis diocesanos e à Secretaria Geral do Sínodo. O discernimento diocesano culminará em uma “Reunião pré-sinodal” no final da consulta. As contribuições serão enviadas à sua própria Conferência episcopal, até uma data determinada por esta última.
Fique atento ao site da Diocese de Santo André para mais informações sobre a etapa diocesana do Sínodo dos Bispos.
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Source: Diocese