Neste dia 16 de julho em que celebramos a Festa de Nossa Senhora do Carmo, gostaria de refletir sobre Nossa Senhora como acolhedora e missionária. Lembrando que o 8º Plano Diocesano de Pastoral, fruto do Sínodo Diocesano que se realizou nos anos 2016 e 2017, finalizado com a entrega da Constituição Sinodal no dia 6 de abril de 2018, está em vigor nestes anos de 2018 a 2022 e quer incentivar em nossa Diocese de Santo André, um jeito de ser acolhedor e missionário.
E ao celebrarmos Nossa Senhora do Carmo, padroeira da catedral desta diocese, vamos lembrar primeiro essa experiência de reconhecer nos títulos de Maria, uma particularidade da nossa devoção mariana, que faz parte da nossa vivência de fé cristã católica.
E se falamos da devoção mariana específica com o título de Nossa Senhora do Carmo, nós temos algumas características muito próprias dela como protetora da nossa vida, da nossa missão como Igreja. E aí, então, para isso queria primeiro recordar Nossa Senhora: quando olhamos para a Virgem Mãe do Cristo, Nosso Senhor, que nos foi dada como Mãe, lembramos que ela é modelo para nossa vivência da fé. A primeira discípula do Filho Amado, e nós como seguidores de Jesus Cristo, nos inspiramos no jeito de ser da Virgem Maria. Os evangelhos nos mostram alguns traços que nós atribuímos à devoção mariana, aquela que pode nos inspirar a viver como bons seguidores de Jesus Cristo.
Para isso recordamos que em 1251, no Monte Carmelo, o superior geral da Ordem dos Carmelitas, São Simão Stock, orava e recebeu o sinal visível de Nossa Senhora do Carmo, que num gesto de acolhida entregou-lhe um pedaço do hábito dos carmelitas, o escapulário, para recordar de quem o usasse seria livre de todos os males, teria proteção especial dela e a sua companhia na hora da morte, bem como viver uma vida verdadeiramente cristã.
Devemos entender que essa devoção mariana deve nos tornar cada vez mais acolhedores e missionários. Maria é a primeira missionária, a discípula da primeira hora. Então, essa devoção mariana reforça a nossa inspiração para viver aquilo que nossa Diocese de Santo André propõe para todos nós, católicos: vivermos de forma mais acolhedora, a cultura da espiritualidade do acolhimento, o jeito de ser discípulo missionário, indo ao encontro de todos, de quem precisa, a exemplo de Maria, como algo permanente em nossas vidas.
Que usar o escapulário de Nossa Senhora do Carmo seja, de fato, um sinal visível para entendermos que somos chamados a viver como Maria. Queremos revestir-nos, usar o mesmo hábito, ter os mesmos trajes de Maria, e aqui estou usando a linguagem simbólica para falar que somos chamados a viver as virtudes de Maria, sermos como ela, capazes de sermos tão serviçais que nos tornemos também discípulos missionários do Cristo Senhor, de tal forma que nos coloquemos a serviço do bem. A exemplo da Virgem Maria, sejamos servidores do evangelho e assim nos revistamos das mesmas virtudes de Maria.
Que usar o escapulário não seja apenas um amuleto, e ele não é, mas sim um sinal para que recordemos da necessidade de viver uma boa vida de fé, que somos chamados a viver em santidade, a experiência de nos dedicarmos como Maria ao serviço e assim vivermos essa graça de alcançar a glória eterna.
Que assim tenhamos uma boa Festa de Nossa Senhora do Carmo, padroeira da catedral de nossa diocese, e que sejamos inspirados nesse propósito de sermos como Maria, revestidos das virtudes necessárias para sermos verdadeiramente acolhedores missionários!
*Artigo de autoria do Pe. Joel Nery, vigário episcopal para a Pastoral da Diocese de Santo André e pároco da Catedral Nossa Senhora do Carmo
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