Após o ano de 2020 marcado pela limitação das comemorações da padroeira do Brasil em razão da pandemia da Covid-19, a emoção era nítida no olhar de cada devoto neste 2021, o ano do reencontro entre fiéis e o bispo da Diocese de Santo André e presidente da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé, Dom Pedro Carlos Cipollini, que celebraram juntos o Dia de Nossa Senhora Aparecida nesta terça-feira (12/10), em Missa Campal presidida durante a manhã, com centenas de devotos no santuário situado no Bairro Paulicéia, em São Bernardo, e no período da tarde, na capela localizada no Jardim Irene, em Santo André.
Além das cinco paróquias, da quase paróquia, das capelas e das comunidades, boa parte das mais de cem paróquias das sete cidades do Grande ABC também prestaram homenagens ao título mariano com maior número de devotos no Brasil e na região, em comunhão com toda a Igreja no país e com o Santuário Nacional de Aparecida, através das missas, terços, carreatas e barracas com doces e salgados. “A minha avaliação deste dia é muito positiva. A alegria dos fiéis em poderem rezar para a padroeira é comovente. E marca o retorno das celebrações presenciais com mais pessoas. Lógico, obedecendo todas as normas, uso de máscaras, higienização das mãos e distância física. Mas isso não impediu a oração do nosso povo. Em toda a diocese foi celebrada a Festa de Nossa Senhora Aparecida, não como antes, com aquelas grandes multidões, mas com um número significativo de pessoas dentro do possível”, revela Dom Pedro.
Ainda segundo o bispo, a retomada da Festa de Nossa Senhora Aparecida com mais celebrações presenciais e maior número de devotos demonstra que a fé do povo está viva e graças a essa fé consegue vencer os desafios do dia a dia.
“A fome está voltando, a inflação de 10%, desemprego, a desunião fomentada por muitos que deveriam fomentar a fraternidade e a união. Um momento difícil do país que estamos atravessando de desagregação e de regressão de muitas conquistas. Mas graças a fé desse povo bom, deste povo trabalhador, nós conseguimos superar e, principalmente, com a ajuda da padroeira do Brasil, a quem o povo se apega, porque ela mora no coração do povo”, elucida Dom Pedro.
Emoção dos fiéis e a união da fé e da ciência
No período da manhã, os devotos finalmente puderam participar novamente de uma missa campal em honra a Nossa Senhora Aparecida, como é tradição no santuário dedicado à padroeira do Brasil, no Bairro Paulicéia, em São Bernardo. Estima-se que entre 6 mil a 8 mil pessoas passaram pelo local de fé. Somente na missa com o bispo, aproximadamente 3 mil pessoas participaram da celebração. Dom Pedro citou a união da fé e da ciência que abriu as portas para o retorno das celebrações com mais fiéis. “Penso que é a primeira vez que encontro tanta gente aqui de uma vez reunidos para festejar Nossa Senhora Aparecida, depois desse período duro que passamos, a pandemia não acabou, mas graças a vacina, graças às orações e à perseverança do nosso povo, estamos atravessando esse deserto, com a graça de Deus e podemos celebrar assim nossa fé num momento como esse”, enfatizou Dom Pedro, que também recordou durante a homilia, a história de Nossa Senhora Aparecida, quando a imagem foi encontrada por três pescadores, no Rio da Paraíba, no ano de 1717, e o crescimento da devoção com o passar das décadas à padroeira do Brasil.
Muitos fiéis levantavam as mãos aos céus como forma de agradecimento pelo retorno das celebrações. Outros não continham as lágrimas de emoção pela presença nesta data tão especial em que muitos também demonstraram gratidão pelas graças alcançadas. Graças conquistadas por fiéis que estão vencendo o câncer, sendo anunciados pelo pároco reitor do santuário, Pe. Alex Sandro Camilo, que concelebrou a missa, para uma breve procissão final com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, que seria coroada para aplausos dos devotos.
“Estar aqui já é uma vitória”
Não faltaram os testemunhos que motivam a luta para superação da doença. “Há dois anos descobri um caroço no peito, fui fazer os exames. Era câncer de mama. Fiz duas cirurgias, radioterapia e faço quimioterapia. São cinco anos, faltam praticamente dois anos para eu terminar. Deus e Nossa Senhora me deram forças e desde o início falei comigo: isso não vai me vencer! Praticamente, estou curado. Nos últimos exames não tenho mais células cancerígenas”, afirma o aposentado Rosaldo Catino, 62 anos, ao alertar para que os homens realizem exames, caso suspeitem que seja câncer de mama. “Diagnosticado precocemente, as chances de cura são grandes”, frisa o membro da Pastoral do Dízimo e das Equipes de Nossa Senhora.
“Descobri o câncer de mama no dia 20 de maio. Passei no médico e fui avisada que precisava tirar minha alma. Mas graças a Deus e a Nossa Senhora Aparecida, no dia 23 de junho, operei e não precisei tirar a mama, através da minha fé que tenho por ela (Nossa Senhora). Neste mês de conscientização do câncer de mama faço um alerta para que as pessoas procurem o médico, façam os exames. Você vai vencer!”, salienta a babá Luzia Gonçalves da Silva Ribeiro, 51 anos, que faz parte das pastorais do Batismo e do Dízimo.
As irmãs Solange Colombo, 43 anos, e Tania Regina Colombo, 46 anos, resumiram em algumas palavras, o momento do retorno das celebrações campais. “Agradecemos muito por estarmos de volta, com saúde, e receber as bençãos. Só não tivemos a procissão nestes dois últimos anos. Quem sabe no próximo ano”, projeta Solange, do lar. “Muito bom ver a união do povo de Deus. Eu ainda estou lutando para vencer o câncer no fígado, no pulmão, ossos e na cabeça. Mas estar aqui já é uma vitória”, resume Tânia, que é auxiliar administrativo.
Bênçãos para as crianças e para os enfermos
Na parte da tarde, a Capela Nossa Senhora Aparecida, localizada no Jardim Irene, em Santo André, acolheu Dom Pedro para a celebração também realizada ao ar livre. Num dia de muito calor, a garoa “lavou a alma” dos fiéis neste momento tão especial para toda a comunidade. Concelebraram a missa, os padres Cícero Soares da Silva Neto e Joaquim da Souza, respectivamente pároco e vigário da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, na Vila Luzita, em Santo André. Trazendo uma palavra de esperança aos fiéis da comunidade, Dom Pedro refletiu durante a homilia sobre Maria ser a primeira na fé e que devemos imitá-la, demonstrando toda fidelidade ao projeto de Deus, que é fraternidade, justiça e paz. O bispo diocesano também colocou em suas intenções de orações e bênçãos para as crianças, “hoje é Dia das Crianças”, e para os doentes, “que dependem tanto dos outros, dos medicamentos, mas também da caridade dos irmãos e das irmãs.”
Coroação da Mãe de Deus é sinal de graça na família
Fato é que o casal Carlos André dos Santos e Cristiane Custódio dos Santos conquistou um presente antecipado: são sete anos de matrimônio que serão comemorados no próximo dia 18 de outubro. Juntamente aos filhos Gabriela e Rafael, Carlos e Cristiane conduziram a imagem da padroeira do Brasil e demonstraram todo o amor pela mãe de Deus, no ato da coroação de Nossa Senhora, antes da bênção final. “Coroar Nossa Senhora é uma forma de agradecê-la por todas as graças alcançadas em nosso matrimônio, na família e, principalmente, trazer o nosso filho aqui, uma graça de Deus. Ele nasceu com hemimelia fibular, está em tratamento, não tem o osso da perna direita. Só tem um osso. Ele estar aqui é um sinal de que ela (Nossa Senhora) está muito presente em nossa vida”, conta Carlos. “Nosso filho tem um ano e dois meses e é um milagre em nossa vida. Agradecemos cada momento e essa coroação de Nossa Senhora traz muita alegria para toda a nossa família”, complementa Cristiane. O casal se conheceu na Comunidade Nossa Senhora da Paz e hoje também participa da Capela Nossa Senhora Aparecida, na RCC (Renovação Carismática Católica).
Dom Pedro completa 11 anos de ordenação episcopal
Dom Pedro Carlos Cipollini completou 11 anos de ordenação episcopal neste dia 12 de outubro de 2021. Ele nasceu no dia 4 de maio de 1952, em Caconde, no interior do Estado de São Paulo. Foi eleito bispo da Diocese de Amparo (SP) pelo Papa Bento XVI, em 14 de julho de 2010, e ordenado bispo na Catedral de Campinas, no dia 12 de outubro de 2010. No dia 27 de maio de 2015 foi eleito bispo da Diocese de Santo André (SP) pelo Papa Francisco, e no dia 26 de julho de 2021, Dom Pedro completou 6 anos de sua posse como bispo na região do ABC. O lema episcopal de Dom Pedro Carlos Cipollini é “IN NOMINE IESU”, que significa “Em nome de Jesus”(Cl 3,17).
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