Com o tema “Jesus Cristo é Missão!” e a inspiração bíblica no lema que nos provoca para a missão: “Não podemos deixar de falar sobre o que vimos e ouvimos (At 4,20)”, a Campanha Missionária 2021 acontece durante o mês de outubro em todo o Brasil, por meio das Pontifícias Obras Missionárias, com o objetivo de promover a animação e cooperação com os territórios de missão nos cinco continentes.
Neste fim de semana dos dias 23 e 24 de outubro (sábado e domingo), a Coleta Missionária é realizada em todas as paróquias da Diocese de Santo André, bem como no domingo acontece o Dia Mundial das Missões.
Em sintonia com o Mês Missionário, o assessor diocesano do COMIDI (Conselho Missionário Diocesano), Marcos Júlio Aguiar, concedeu entrevista à Ascom (Assessoria de Comunicação da Diocese de Santo André), para falar sobre a importância das pastorais missionárias, o papel do COMIDI, os desafios e as formas de praticar a missão. Confira:
1 – Qual a importância das pastorais missionárias como agentes evangelizadores e de transformação na sociedade?
As pastorais missionárias são essenciais, por vários fatores. Um deles é quando se trabalha a animação dentro da comunidade. Hoje se coloca muito que a criança tem que fazer coisas internas acaba não sendo estimulada a ser partícipe, como o adolescente e o jovem que a gente sente muita falta dessa participação, e aí os grupos missionários fazem com que você seja um ator na sociedade e te estimula a ser protagonista. Só que não protagonizar por protagonizar, mas sim com estudo, com leitura e com preparação. Temos alguns legados importantes. Se hoje existem hospitais é porque lá atrás algum cristão católico fez essa mobilização, esse protagonismo, para que tivéssemos hospitais hoje que atendem tanta gente. Só para dar um exemplo. E tendo essa participação coerente, principalmente, porque as pastorais e forças missionárias ajudam a direcionar um olhar da realidade em que vivemos.
2 – Como funciona e qual o papel do COMIDI na Diocese de Santo André?
O papel do COMIDI inicialmente é trabalhar a animação missionária na diocese. Animação que não fique num mês somente, mas que seja permanente, como disse o Papa Francisco, outros papas, em estado permanente de missão. Além de animar é identificar as forças missionárias que existem na diocese e trabalhar com elas essa animação missionária local, porque o COMIDI só dá para existir se tem uma força missionária local, especialmente o COMIPA (Conselho Missionário Paroquial), que agrega essas forças missionárias.
É um desafio muito grande, porque tem lugares que têm IAM (Infância e Adolescência Missionária), que é parte do COMIDI, mas não tem COMIPA. Então fica um elo a ser trabalhado, porque muitos entendem o processo de ação missionária como já uma animação, mas não é bem assim. Temos as etapas, o chamado para a missão, que é o batismo, temos o aprendizado sobre missão, a parte mistagógica, que é a questão da catequese, e temos a ação missionária, por exemplo, caridade com o povo de rua, entre tantas ações.
No entanto, o trabalho de animação é um grande desafio, que é justamente elaborar e trabalhar questões para que as pessoas continuem se alimentando para alimentar o outro. É o que Jesus fez com os apóstolos. Não saia só pregando, mas se reunia com os apóstolos, animava, ensinava, trabalhava várias questões.
Para entender melhor temos a missão ad intra, que é aquela questão dentro da igreja da paróquia, da comunidade, que é a catequese, o batismo, a crisma; ad extra, que é resgatar as pessoas que se afastaram da igreja; e ad gentes, que é ir além do território. Isso pode ser o caso de Moçambique (África) e de outros países, mas pode ser além do território paroquial. Aqui entro na proposta de paróquias irmãs, dioceses irmãs. Por exemplo, fazer missão em outro território paroquial. Isso nos falta um pouco. Eu posso ajudar a Diocese de Pemba, em Moçambique, porque eu também estou ajudando minha paróquia e a minha comunidade, a escola local, a horta comunitária.
3 – Quais as principais atividades desenvolvidas pelo COMIDI ao longo do ano?
Realizamos transmissões online, a Novena Missionária, atividades do Mês missionário, a Jornada da Infância e Missionária, Cursos de Formação. Tivemos encontros mensais para elaborar os trabalhos do COMIDI e também da animação missionária na diocese. Cada um fez o trabalho no seu campo, na sua paróquia, mas a gente vai precisar avançar e uma das propostas é criar um COMIPA, uma IAM, uma Juventude Missionária e outras forças missionárias que possam vir com as Pontifícias Obras em cada paróquia.
No próximo ano vamos celebrar os 200 anos da Pontifícias Obras de Propagação da Fé e os 178 anos da IAM no mundo, além do Sínodo dos Bispos, que é um chamado à missão, e também a sequência do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano). Também pretendemos trabalhar o Plano Missionário Nacional, mas também o Plano Missionário Diocesano e estimular as paróquias a ter um Plano Missionário Paroquial.
4 – Como é a relação das pastorais missionárias e do COMIDI com o 8° Plano Dioceseano de Pastoral? Quais os principais itinerários praticados?
Temos total ligação, não só pelo tema, mas pelos itinerários: a setorização, a Igreja em saída, o momento que fala da elaboração. Por exemplo, algumas dioceses têm o Fundo Missionário Diocesano, de forma a trabalhar a questão financeira. Vou falar de Pemba, novamente. Tem o Natal Missionário das Crianças para você apadrinhar uma criança. É legal? Claro! Mas o ideal é estimular toda a comunidade a participar. Esse é o trabalho de animação missionária, em sintonia com o 8º Plano de Pastoral: estimular a minha paróquia a fazer o mesmo.
O trabalho do COMIDI é ser pastoral de conjunto. A Pascom (Pastoral da Comunicação), que é considerada no COMINA (Conselho Missionário Nacional), é uma pastoral de ação missionária, porque a comunicação tem que ser missionária, só que isso logicamente tem que adaptar as linguagens.
5 – Como o COMIDI atua na interlocução com as paróquias e nas regiões pastorais? Como as pessoas podem criar e participar do COMIRP e do COMIPA?
Vamos oferecer formação sobre a criação de COMIPA (Conselho Missionário Paroquial) e COMIRP (Conselho Missionário da Região Pastoral). As paróquias já podem ir identificando quem tem essa vontade missionária. Um ponto que se trabalha muito é que a pessoa tenha espírito colaborativo e cooperativo, o trabalho em comunidade.
Um exemplo: na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em São Caetano, onde participo, quem faz parte do COMIPA? A Pastoral da Saúde, as Oficinas de Oração e Vida, ministros da palavra, porque também é um fator de animação missionária, na celebração, uma função importante. Tem a IAM (Infância e Adolescência Missionária), o CAEP (Conselho de Assuntos Econômicos Paroquial), a catequese, que já vai ensinando a criança a lidar com esse assunto de comunidade, de não só estar na missa, mas entender certos fatores da Igreja, como por exemplo, o dízimo. Hoje, todos que estão na IAM, os pais são dizimistas e entenderam essa lógica, inclusive, as crianças entendem hoje a função do recurso financeiro, porque tem que trabalhar essa questão, que vai inclusive ao encontro do lado profissional, de lidar com pessoas.
Mais informações sobre o trabalho do COMIDI pelo WhatsApp: (11) 99729-2151 (com Marcos).
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Source: Diocese