Os seis anos, de 243 a 249, durante os quais Filipe, o árabe, governou o império, houve trégua nas perseguições ao cristianismo. No último ano aconteceu, conforme podemos ver em carta de Dionísio de Alexandria do Egito, um episódio que comprova não estarem os cristãos sendo perseguidos. Um charlatão alexandrino, adivinho e mau poeta, excitou a população contra os cristãos. Houve flagelação e apedrejamento. Conclui-se que não havia perseguição.
Uma virgem de nome Apolônia, antes de ser queimada viva, foi atormentada de várias maneiras. Conta Dionísio: “Todos se lançam sobre as casas dos cristãos, cada um nas casas de vizinhos e conhecidos, depredam e devastam, levam objetos preciosos e jogam fora o que não presta. É como uma cidade saqueada pelo inimigo. Os pagãos pegaram uma virgem, Apolônia, já idosa. Cortaram-lhe os seios e arrancaram-lhe os dentes. Depois fizeram uma fogueira e ameaçaram jogá-la, caso não blasfemasse. Ela pediu-lhes que a deixassem livre por um instante. Soltaram-na e ela correu sozinha para a fogueira”.
Essa atitude tem suscitado polêmicas, pois é aparente suicídio. Santo Agostinho fala no livro A cidade de Deus, mas não toma posição. Apolônia já tinha 40 anos, quando sofreu o martírio, e seu culto logo se espalhou no Oriente e no Ocidente.
Em várias cidades europeias surgiram igrejas a ela dedicadas. Em Roma erigiram-lhe uma igreja, junto a Santa Maria in Tras-tevere, hoje desaparecida. Sobre sua vida, de que não possuímos outras notícias, conta-se a incrível história de uma jovem convertida ao cristianismo, cujo pai era pagão e que ele a teria matado.
Mas além das lendas fica o exemplo de generosa oferta a Cristo feita por essa virgem que é invocada nas dores de dente. É bastante popular.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
FONTE: PAULUS
Source: Igreja no Mundo