Caríssimos padres, diáconos, seminaristas, religiosos e religiosas, responsáveis pelas equipes de liturgia e canto, povo amado de nossas comunidades, na próxima quarta-feira, iniciamos o Tempo da Quaresma, tempo forte de oração, escuta da Palavra e busca de conversão, em preparação para a celebração da Páscoa do Senhor. Além disso, também somos chamados a recordar o nosso batismo. Nesse sentido, é importante que preparemos as celebrações deste tempo de tal modo que o povo fiel possa colher os verdadeiros frutos deste momento.
Iniciando na Quarta-feira de Cinzas e se estendendo até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive, a Quaresma prevê celebrações mais sóbrias, de acordo com a índole deste tempo. O altar não deve ser ornado com flores (cf. “Diretório de Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil”, CNBB, 2022, p.68) e não se entoa “aleluia” nem hino de louvor.
A Liturgia da Palavra, neste ano C, além de trazer a dinâmica do deserto e da transfiguração do Senhor, evidencia a penitência e a conversão. Os instrumentos musicais devem ser usados com equilíbrio, apenas para sustentar o canto. Evite-se grande número de instrumentos, baterias e outros instrumentos de percussão. Vale recordar que a missão dos grupos de canto é animar a assembleia a participar por meio do canto, e não de cantar para a assembleia.
Atenção também ao repertório usado: os cantos do ABC Litúrgico serão sempre a primeira opção, pois estão de acordo com o mistério celebrado. Não usemos cantos da moda, nem de movimentos de espiritualidade, nem cantos que são escolhidos sem critério, tampouco substituamos o canto de abertura pelo Hino da Campanha da Fraternidade.
A Campanha da Fraternidade, aliás, “é uma ação comunitária e social, evangelizadora; procura atingir e mobilizar” a todos (Diretório Diocesano de Liturgia, n.438). A vivência, reflexão, oração e ação a partir do tema proposto não se confundem com a liturgia. Por isso, na quaresma celebramos aquilo que foi indicado acima – preparação para a páscoa e recordação do batismo, por meio da penitência, oração e escuta da Palavra – e não a Campanha.
Colocando essas orientações, que são orientações da Igreja, em prática, certamente viveremos com intensidade e profundidade este tempo forte, para chegarmos com Jesus, vitoriosos, na ressurreição!
Pe. Guilherme Franco Octaviano
Pároco da Paróquia São Jorge (SA Leste)
Coordenador da Comissão Diocesana de Liturgia
*Artigo publicado inicialmente no ABC Litúrgico
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