Homilia na Ordenação Diaconal – Diácono Danton Dalas Deffert
Anunciação do Senhor – 25 de março de 2023
Catedral Nossa Senhora do Carmo – Santo André
Is. 7,10-14; Hb 10, 4-10; Lucas 1,26-38
Prezados irmãos e irmãs. Saúdo cordialmente o Exmo. Sr. Dom José Carlos Cabral, Bispo diocesano de São João da Boa Vista – SP, o Exmo. Sr. Dom Carlos Silva, OFMCap, Bispo Auxiliar de São Paulo e Dom José Soares Filho, OFMCap, Bispo emérito de Carolina – MA. É uma grande alegria para todos nós vossa presença nesta ocasião. Também saúdo todos os presbíteros aqui presentes, de nossa Diocese e de outros lugares, os religiosos e religiosas que vieram participar de nossa alegria. Saúdo os diáconos que hoje passam a contar com mais um irmão neste grandioso número de servidores da vinha do Senhor.
Saúdo igualmente, a todos os fiéis aqui reunidos em especial os amigos do ordenando que vieram de outros lugares, sejam bem vindos. Enfim, uma saudação especial aos parentes do ordenando, sua esposa Verônica os dois filhos, Caio e Miguel, e as duas filhas, Ester e Gabriela, seus demais parentes.
Hoje celebramos um acontecimento central de nossa Fé: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós! Mistério da Encarnação sem o qual não podemos compreender o cristianismo.
As leituras de hoje nos falam não somente da resposta de Maria ao Anjo, mas também dos sentimentos de Jesus no momento da sua Encarnação. Há uma maravilhosa semelhança entre as palavras de Maria e o que Jesus diz ao Pai quando entra no mundo através da encarnação.
Segundo a carta aos hebreus Jesus disse: “Eis que venho ó Deus para fazer vossa vontade”: ele se apresenta assim como o Servo de Deus anunciado pelos profetas. Também Maria se apresenta como a serva de Deus: Eia aqui a serva do Senhor, faça-se em mim conforme tua palavra”.
É maravilhoso saber que Maria respondeu espontaneamente do mesmo modo que seu Filho. Jesus e Maria estão em grande sintonia na resposta ao Pai. Esta sintonia é fruto de um grande amor pois o amor nos torna semelhantes e produz harmonia no sentir.
O Evangelho deixa claro que a disponibilidade de Maria, sua pronta aceitação da vontade de Deus está fundada na sua fé. O Coração de Maria estava completamente aberto à palavra de Deus. Tanto que os Santos Padres da Igreja dizem que Maria concebeu Cristo primeiro em seu Coração pela Fé, e depois no seu Seio por obra do Espírito Santo. Maria crê no poder onipotente de Deus mas sobretudo na sua bondade. Esta bondade que prepara maravilhas para os que o amam e aderem à sua vontade.
As palavras do Anjo são de alegria: “Alegra-te Maria”, que anunciam coisas maravilhosas, como o reinado eterno do filho que vai nascer: “Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo, seu reinado não terá fim”! A Maria neste momento é pedido que acredite nesta extraordinária promessa de Deus, a não duvidar da imensa bondade de Deus. Sobretudo Maria deve crer na efusão do Espírito Santo que a fará conceber, Espírito que começa assim a renovar todas as coisas. Em Cristo Deus refaz a criação restituindo-lhe a graça perdida pelo pecado.
Maria obedece de coração e se coloca à disposição, a serviço da redenção. Ela está pronta para fazer a vontade de Deus porque tem fé nas promessas de Deus. Sobretudo ela crê que Deus quer salvar a todos, quer comunicar sua bondade e acolher a humanidade no seu amor misericordioso: Deus quer salvar. Somos convidados a acreditar, com confiança e alegria, somos convidados a servir.
Hoje, vamos ordenar um diácono permanente: o Danton Dallas Deffert, o qual escolheu estas duas palavras para nortear seu ministério: Amar e Servir! Estas palavras resumem o que hoje celebramos na liturgia e resumem também a missão do diácono permanente na Igreja.
No Concílio Vaticano II começou-se a falar do serviço, para distinguir os ministérios na Igreja. Antes, tudo estava centrado no poder sagrado que os ministros ordenados detêm. Mas a partir da Palavra de Deus, da grande Tradição da Igreja, prevaleceu o serviço como característica maior para definir o ministério: “O maior é o que serve”(cf. Mt 23,11), assim o poder sagrado do ministro é o poder de Cristo: “Eu vim para servir e não para ser servido”(Mc 10,45).
A história da salvação começa com o sim de Jesus e Maria na Encarnação. E esta marca do serviço está presente em tudo o que se refere a Cristo. Quem é de Cristo aprende a amar e traduzir este amor no serviço aos irmãos, porque é assim que se serve a Deus. E se ao servir encontra-se com o sofrimento: o sofrimento ensina a amar!
Prezado Danton. A nossa Igreja acolhe sua vocação para o serviço como diácono. Que você se integre cada vez mais nesta nossa Igreja diocesana de Santo André, Igreja populosa, dinâmica e bela! Lembre-se que o diácono é aquele que sinaliza para toda a Igreja o Cristo Servo, é o ícone eclesial do Cristo servidor, está é sua tarefa. O serviço cristão, tem como modelo a Cristo crucificado. Se você quiser ser realmente um diácono, um servidor, não tire os olhos do crucificado, que é a máxima expressão do serviço por amor.
Deus o fortaleça. Que sua família o ajude e acolha todos os dias a sua vocação e missão. Que você seja homem de Igreja, de comunhão, acolhida e missão. Que nisto você seja feliz. Amém.
Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo de Santo André
Source: Diocese