No domingo, 25 de junho, ocorreu a 25ª Caminhada da Paz, relembrando o martírio do Padre Leo Commissari. Às 15h, em procissão, a população seguiu desde o local onde o sacerdote foi assassinado, na noite de 21 de junho de 1998, na rua que recebeu seu nome, no bairro Oleoduto, em São Bernardo do Campo.
Na procissão, o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, caminhou com o Padre Toninho, pároco da Paróquia Jesus de Nazaré, e os padres da Diocese de Ímola (Itália), Padre Francesco Commissari (sobrinho do Padre Léo) e Padre Marco Renzi, além de religiosas e muitos fiéis que atuaram ao lado do Padre Léo durante seu ministério em São Bernardo do Campo.
Durante o percurso até a Paróquia Jesus de Nazaré, foram lidos textos que recordavam a vida do Padre Leo e por volta das 16h, chegaram à Paróquia Jesus de Nazaré, localizada na Vila São José, onde foi celebrada uma missa campal, presidida pelo bispo diocesano e concelebrada pelos presbíteros.
Dom Pedro iniciou sua homilia falando sobre a caminhada:
“Nós fizemos essa caminhada pela paz, bem dizendo a Deus pela vida do padre Léo. E agora a Palavra de Deus ilumina o que estamos fazendo, tanto Eucaristia como a celebração desses 25 anos do falecimento, mais do que tudo, a presença de vocês aqui já fala muito. Nem tudo o que se quer transmitir se fala com palavras, mas com gestos também, a presença, o amor que carregam no coração vindo com vocês uma senhora toda de branco, com a bengalinha, disse para mim: “Padre, eu não vou, porque eu não posso, mas o meu coração está indo nessa caminhada.” O coração é aquilo que fica na nossa passagem no meio dos irmãos. Um coração que ama, um coração que acompanha, um coração que se compromete, um coração que sai de si, do seu egoísmo para ir ao encontro dos pobres, dos fracos, de quem precisa de nós.”
Sobre a Palavra Proclamada pelo diácono Sandro Bermudes, o bispo falou sobre a segunda leitura, onde a Carta de São Paulo cita sobre o pecado que há no mundo, pois o homem não quer seguir o que Deus indica, que é o caminho da paz, mas a guerra, e que mesmo convidados a viver a fraternidade, justiça e paz, valores presentes no Evangelho, o homem de hoje quer a guerra:
“É o que o profeta Jeremias falou lá na época dele e foi muito criticado e incompreendido, e não chegaram a matar, mas fizeram de tudo para acabar com a vida dele. Mas Deus não permitiu. Podemos dizer que o padre Léo foi profeta, ele deixou o bem-estar de sua pátria para trabalhar aqui trabalhar em uma época em que essa região toda era muito mais necessitada do que hoje, necessitada da Palavra de Deus. Ele seguiu Jesus, profeta de Nazaré, que anuncia o Reino de Deus, que não é comida e bebida, como diz o apóstolo Paulo, não é a abundância de bens materiais para jogar fora, sobrando para uns, faltando para outros, o Reino de Deus, que é justiça, paz e alegria no Espírito Santo.”
Dom Pedro recordou que o querido servidor, dedicado à missão, foi infelizmente assassinado. No entanto, isso não significa que Deus o abandonou, pois no Evangelho, Jesus declara que até mesmo os cabelos de nossas cabeças são contados por Deus, e que se Ele permite que algo aconteça, é por um propósito. Somos consagrados a Ele:
“Portanto, hoje não é um dia de lamentar, mas de louvor a Deus, pois, através da força do Espírito Santo, esse filho escolheu ser um missionário e permaneceu fiel até o fim. Sua fidelidade até o fim é motivo de alegria para toda a igreja, para a comunidade, para o clero e para todos os cristãos. Ele deu um testemunho de amor a Jesus Cristo. Não há dúvidas de que tudo o que o padre Léo fez foi motivado pelo amor a Jesus Cristo.”
Padre Toninho no final da Santa Missa agradeceu pela bela caminhada realizada e pela presença das paróquias irmãs, estas que pertenciam antes a Jesus de Nazaré, e lembrou que faz parte da fé estar presente na 25° Caminhada pela Paz.
O sobrinho do Padre Leo, Padre Francesco, também compartilhou algumas palavras sobre o evento:
“Muito obrigado Dom Pedro por nos acolher, sempre muito generoso, agradeço a sua homilia e por caminhar conosco. Essa memória do Padre Léo está bem viva no coração de vocês, e isso percebemos na caminhada que fizemos. Sempre que estamos aqui nos abastecemos de carinho, disse ao meu primo, Marco, que também está aqui, que vocês testemunham que o Padre Leo está vivo na vida de cada um de vocês, e que Deus abençoe nossa vida com essa paz que vem de Jesus.”
Dona Maria das Neves, que está na comunidade desde 1979, atuante na Pastoral da Música e catequista, falou sobre o sacerdócio do Padre Leo na vida da comunidade:
“Ele chegou e foi uma benção, estávamos iniciando a comunidade na casa da Dona Teresa, foi uma tristeza tão grande quando nos avisaram de sua morte, perdemos uma pessoa muito amada e muito feliz, foi quase impossível nos levantarmos, mas conseguimos dar continuidade aos projetos que ele iniciou na comunidade. Posso te dizer que o maior legado que ele nos deixou foi o testemunho de amor a Deus, e ele nos transmitiu e multiplicamos esse amor.”
Source: Diocese