Em 02 de julho de 1557, era uma manhã quente quando Giovannii Chichizola estava voltando para casa a pé vindo do mercado. A trilha pitoresca passava por Montallegro, uma montanha espetacular cercada por um golfo de aguas azuis cristalinas que se estende até o Mar da Ligúria. Giovanni fez uma pausa para descansar à sombra, quando escutou uma voz delicada chamando seu nome. Diante dele se ergueu a figura resplandecente de uma bela mulher vestida de branco e azul. Ela explicou que era Maria e o instruiu a contar ao povo local sobre sua visão. Enquanto falava, Maria apontou para uma pequena pintura em madeira encostada em uma rocha próxima.
– Diga ao povo que este quadro foi trazido da Grécia por anjos. Deixo-o aqui como prova de meu amor por eles. Jejuem no sábado – ela ordenou então despareceu.
Atônito, Giovanni olhou para a pintura deixada sob seus cuidados. Era uma imagem da Virgem Maria deitada em um ataúde, cercada por anjos, santos e a Santíssima Trindade. Quando tentou pegar a pintura nas mãos, esta não se moveu. Giovanni então chamou algumas pessoas que moravam por perto para ajudá-lo. Enquanto ele contava sua incrível história, gotas de água começaram a verter da pedra onde a pintura descansava.
Giovanni correu para a cidade próxima de Rapallo e convenceu um grupo de padres céticos a acompanhá-lo até o quadro. Ao retornarem, descobriram que as gotas haviam se transformado em uma fonte borbulhante de água límpida ao lado da pintura. Um dos padres moveu a imagem com facilidade e levou-a para a igreja da paróquia.
No dia seguinte, a pintura havia desaparecido. Giovanni encontrou-a na montanha outra vez, exatamente onde estivera no dia anterior. Os habitantes do local se convenceram de que era ali que Maria queria que a imagem permanecesse. Toneladas de rocha tiveram que ser removidas para criar uma base solida para a nova igreja, e os materiais de construção tiveram que ser carregados quase 700 metros montanha acima. Apesar desses desafios, dentro de um ano a igreja foi construída e consagrada. Em 1574, um grupo de marinheiros gregos naufragados reconheceu a imagem milagrosa como o quadro que fora venerado em Ragussa até o seu misterioso desaparecimento em 1557. Após uma disputa legal, os marinheiros levaram a pintura consigo, mas ela simplesmente desapareceu no dia seguinte. Reapareceu em Montallegro e nunca mais deixou seu lugar.
Muitos milagres foram atribuídos à intercessão de Maria em Montallegro. Ao longo dos anos, peregrinos agradecidos deixaram tantas placas votivas e ação de graças por esses milagres que galerias ingerias tiveram que ser construídas para acomodá-las. Documentos antigos mostram que a intervenção milagrosa de Maria também salvou seu povo da peste em 1579, 1590 e novamente em 1630. Hoje em dia, a rocha original onde a pintura apareceu ainda está visível dentro da igreja, e tantos séculos mais tarde a fonte milagrosa continua a brotar.
A Maddonna de Montallegro é a Santa padroeira da cidade de Rapallo, desde 1739. Ela é igualmente, copatrocinadora da Diocese de Chiavari, junto à Madonna dell´Orto.
Fonte: (Milagres e Aparições de Nossa Senhora – editora Fundamento – Bridget Curran; La Carte Mariale du Monde – adaptação Maria Célia Viana Andrade)
Maria Celia Andrade Viana
Coordenadora Equipe de Liturgia