Todos os dias estamos à voltas com tristezas e misérias. O prazer anda ao lado do vazio e da insatisfação. Os horrores da guerra da Ucrânia nos assusta! Morte! Mas ao celebrar a Páscoa, os cristãos podem cantar um hino de esperança e fé.: “Não haverá mais luto nem pranto, não haverá mais dor, nem fadiga, porque tudo isso passou” (Ap 21,4).
Nesta Semana Santa, percorremos um itinerário de fé seguindo Jesus Cristo. No Domingo de Ramos, em procissão, seguimos atrás do crucificado, reconhecendo que ele é nosso guia e senhor. Na Sexta-feira Santa, em procissão também, vamos beijar a cruz que se transforma em “árvore da vida”, pois nela, Jesus morreu por amor a nós. Finalmente na vigília pascal do Sábado Santo, seguimos atrás do Círio pascal, essa grande vela, símbolo de Jesus luz do mundo. Ele é a luz que brilha nas trevas infundindo esperança.
Quando se apaga a luz da justiça, quando se apaga a luz da fraternidade, quando se apagam sucessivamente as luzes que conseguimos acender, com tanto sacrifício na nossa vida e na nossa realidade social, para nós cristãos não é o fim da linha. Resta ainda a luz da esperança, que é capaz de ascender todas as outras luzes apagadas. Isto é a Páscoa: em Jesus, podemos passar da morte para a vida, no amor sem fim.
Celebrar a Páscoa é possível porque cremos em Jesus ressuscitado. Essa fé é o seu sangue divino que passa a correr nas veias de cada batizado que aderiu a Ele e seu Evangelho, passando de uma vida de competição para uma vida de solidariedade aos irmãos.
Este sangue divino passa a correr nas veias da comunidade cristã e daí para todo o mundo; levando a fazer a passagem (Páscoa) de uma vida de egoísmo a uma vida de serviço amoroso e misericordioso aos irmãos.
A nossa fé no Cristo Ressuscitado leva a não aceitar que a última palavra seja da morte e da maldade, isto é, acreditar que nossa vida é um “êxodo”. É um parênteses entre a pátria da qual viemos e para a qual iremos retornar. Essa “pátria” é Deus. E nesse retorno somos levados por Jesus, porque nele temos a luz e a vida da graça que brilha em nós como esperança que não decepciona.
Como é bom ter essa fé, ela infunde coragem! Muitos desejariam tê-la e não conseguem. É preciso pedir sempre com humildade: “Creio Senhor, mas aumente a minha fé” (Mc 9,24). Trilhemos, portanto, na luz do Cristo Ressuscitado, esse caminho de vida que faz apostar na liberdade em lugar do medo, no serviço em lugar do poder, apostar na bondade em lugar da ignorância, na justiça em lugar da indiferença, na paz em lugar da guerra!
Na visão cristã, o tempo final, quer seja da vida de cada um, quer seja do fim da história, é tempo de vida nova e não de morte e derrota, porque se funda na esperança. Por isso, ao celebrara a Páscoa deixemos predominar em nós o otimismo sobre o drama de nossa realidade; pois o fim e o início são obras de Deus, e Deus também está presente neste intervalo que é nossa existência na Terra. Está presente para nos comunicar em Jesus Cristo sua graça e sua vida.
Feliz e Santa Páscoa a todos! Coragem!
Source: Diocese