Coração Imaculado de Maria
A liturgia da Igreja nos apresenta a celebração do Coração Imaculado de Maria. Para melhor celebrarmos esta liturgia, cabe saber como que esta devoção aparece na história da Igreja. Primeiro, vemos o seu fundamento nos textos bíblicos (Lucas 2,10 e 2,51) onde o coração de Maria é a sede do encontro com Deus, lugar de princípio de vida, vontade, intimidade, memória. É no coração que Maria lembra os fatos, reinterpreta-os para compreendê-los e vivê-los, conforme o projeto do Pai. Em seguida, a Tradição (Padres da Igreja) olha para estes textos bíblicos e desenvolve o seu conteúdo por meio de belíssimas reflexões. Por exemplo, diz Gregório Taumaturgo que o coração de Maria é o vaso que recebe todos os mistérios. Deste período, passando pela “a aparição (Fátima), em julho de 1917, onde a mensagem sobre o coração de Maria se enriquece, assumindo uma dimensão mundial e eclesial” até o Concilio Ecumênico Vaticano II, se desenvolveu o tema, tipicamente agostiniano, da concepção do Verbo primeiro no coração e depois no ventre. Ao lado desse conhecimento histórico (bíblia, tradição, magistério e reflexão teológica atual) está a vivência dessa mensagem, e que para nós – consagrados à Imaculada – adquire com o testemunho de São Maximiliano uma qualidade bem especial. Ele diz em seus escritos: “Cada um de nós deve preocupar-se unicamente em harmonizar, conformar, fundir, por assim dizer, completamente a própria vontade com a vontade da Imaculada, assim como a vontade dela está completamente unida à vontade de Deus, o seu Coração ao Coração do seu Filho Jesus” (SK 1160). Maximiliano fez do coração de Maria o lugar do seu encontro com o Senhor, lugar de acolhimento da vontade do Pai. Compreendeu que este coração oferece ao cristão condições para permanecer fiel no seguimento de Jesus e ao seu projeto de amor pelas pessoas. Que a espiritualidade desta devoção possa tecer a nossa história e a nossa vida.
Rosana de Jesus Coelho
SAV e Pastoral Catequética
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Dicionário de mariologia. [org. Stefano de Fiores e Salvatore Meo]. São Paulo: Paulus, 1995, p. 325-334. (Dicionários).
Rezemos com São Maximiliano Kolbe. São Bernardo do Campo: Imaculada, 2010, p.44. (Espiritualidade kolbiana)