Jesus realizou curas. Isto comprovam os Evangelhos e a exegese bíblica. Milagres espetaculares que parecem não ter nada a ver com a vida cotidiana de cristãos hoje. Mas pela fé, sabemos que as curas que Jesus fez ele ainda faz entre nós. E aqui entra a fé. Para quem tem fé não precisa provar nada, para quem não tem fé não adianta provar nada…
Digo isto devido às opiniões divergentes em relação a milagres. São dois extremos difíceis: de um lado estão os que subordinam sua vida cristã a sinais, ou fatos prodigiosos que se impõem pela força do espetacular. De outro lado, estão os que adotam posições racionalistas e excluem tudo o que ultrapassa a capacidade de compreender com o raciocínio lógico. Enfim, de um lado o “milagrismo” e de outro o racionalismo.
O caminho mais seguro que leva à fé verdadeira, não são os milagres, em especial os de cura, mas o encontro com Jesus, no íntimo do coração. No entanto, nos relatos evangélicos, os milagres e curas ocupam lugar destacado. Mais que sinais de seu poder, eram sinais da validade da mensagem de Jesus, da salvação que veio operar. São sinais do mundo que virá, no qual em Deus tudo é possível.
Estes milagres e curas não devem ser vistos e avaliados com os parâmetros da ciência, que explica só o que a razão pode entender. Mas com a força da presença de Deus na história humana, para conduzir à salvação e libertação. Enfim, são sinais da chegada do Reino de Deus, Reino definitivo.
E aqui é preciso notar que o momento mais elevado da razão humana é quando ela percebe que existem coisas que ultrapassam seu entendimento, pois estão no âmbito do Mistério. Este só é possível quando acreditamos que a vida continua após a morte. Não se pode valorizar a vida o tempo todo, para que depois, ela se acabe no abismo da morte!
Jesus curou muitas pessoas com o toque de suas mãos e até mesmo à distância. Ele curou febre e ressuscitou mortos, curou todo tipo de doenças corporais. Contudo, as maiores curas que Jesus operou foram: a cura psicológica e espiritual; capazes de conferirem um novo rumo e sentido para a vida, e não somente dar mais vida.
Não raro ele pergunta à pessoa doente o que ela quer. Parece óbvia a resposta mas tem um sentido: de que mal você quer ser curado? Do que você quer ser livre? Qual seu desejo mais profundo agora?
Assim, o processo de cura física começaria com o olhar para dentro de si mesmo, para seus próprios sofrimentos, incoerências. É dentro da pessoa que começa a cura, não fora. E Jesus olha, revelando quem somos e o que procuramos.
Esta presença curadora de Jesus se dá também hoje no aqui e agora, quando nos aproximamos dele e dizemos: “Senhor se quiseres serei curado”(Mc 1,40).
Source: Diocese