No dia 3 de outubro, a Paróquia Jesus Bom Pastor, em Santo André, celebrou os 60 anos de sua criação, com a santa missa presidida pelo bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini.
Além da presença de Padre Renato Rosa, administrador paroquial, a comunidade teve a presença do Padre Tiago Síbula, Padre Vinicius Afonso e o diácono Diácono Rosiel Martins
A comunidade estava muito feliz em celebrar esse júbilo, pois além das obras do centro Pastoral, a paróquia elaborou um brasão, que além de ser comemorativo ao Jubileu de Diamante, tornaria a marca oficial da paróquia em seus documentos e registros apresentado o brasão da paróquia.
Dom Pedro em sua homilia falou da alegria de 60 anos de criação de uma comunidade paroquial: “Para celebrar 60 anos de caminhada de uma comunidade é uma graça maravilhosa. Cada um em seu coração pode exultar em alegria, dizendo ao Senhor obrigado por nos abençoar, preservar essa comunidade perseverante, atravessando tantos desafios. Tantas coisas bonitas, maravilhosas, desafios, dificuldades e também agradecer a Deus pelo momento presente que vocês estão vivendo, sempre no momento presente no Kairós, o hoje da nossa história. Que Deus se manifesta a nós com a sua benção, sua graça, seu chamado também com seu silêncio que nós devemos acolher muitas vezes na nossa vida, tanto pessoal como da comunidade.”
No final da celebração, nosso bispo diocesano abençoou a imagem do padroeiro, Santo André Apóstolo, que será introduzida na comunidade.
O Bom Pastor e sua história de 60 anos
A Paróquia Jesus Bom Pastor foi instituída aos 3 de outubro de 1962, pelo primeiro bispo desta diocese, o saudoso Dom Jorge Marcos de Oliveira.
A motivação veio do fato de o bairro, que apresentava crescimento, como toda a cidade de Santo André nessa época de incremento no setor industrial, que tanto marcou a nossa realidade regional não contar com um espaço no qual os cristãos de confissão católica professassem a sua fé.
Para isso, até então deslocavam-se geralmente às Paróquias São José Operário,no Jardim Bela Vista, e na Paróquia São José, do vizinho bairro de São Bernardo do Campo, Baeta Neves.
Diante dessa carência, algumas famílias, entre as quais se destacam os Ortega, de origem espanhola (onde é muito forte a devoção a Jesús, el Buen Pastor), que chegaram vindos do norte do Paraná ao Jardim Bom Pastor, onde construíram uma olaria, à qual se somava a olaria de outra família, também muito católica, mas de origem italiana: os Pedron.
Dona Angela, com o Sr.Miguel, que celebraram 75 anos de matrimônio, foi que integrou a comissão nomeada pelos moradores do bairro, que pediria a Dom Jorge a instalação de uma paróquia no bairro, composto por tantos migrantes do interior, como também imigrantes italianos, portugueses e japoneses.
Até então, o território que compreende os bairros da Paróquia- Vila Floresta, Jardim Bom Pastor, Jardim Ocara, Parque Bandeirante, Vila Valparaíso… – fazia parte da Paróquia Santa Luzia e São Carlos Borromeu, na Vila Príncipe de Gales. Então, Dom Jorge encarregou o Pároco de então o saudoso Pe. Linneo Bincelli , de celebrar a primeira missa onde seria a nova paróquia; a celebração ocorreu onde atualmente está a Escola Estadual Luiz Martins.
Com a criação da Paróquia, foi nomeado primeiro pároco o holandês Bento Kerstholt, que começou as obras de construção do templo provisório e da organização da vida pastoral da comunidade nascente.
Ele se notabilizou pela inovação, percorrendo o território paroquial e inclusive as procissões, em sua inconfundível motocicleta. A ele também é atribuída a idealização da Cooperativa Bom Pastor, que ofertava aos moradores da Paróquia gêneros alimentícios a preços mais acessíveis.
Apenas três anos depois, foi sucedido pelo gaúcho Pe. Walter Seidl, que permaneceu 31 anos à frente da Comunidade, a ele competiu levar a termo as obras de construção do novo templo, na década de 70, existente até hoje.
Com seu jeito peculiar, Pe. Walter marcou gerações de paroquianos, de quem celebrou o batizado, a primeira comunhão, casamento, e os funerais.
Diante de seu falecimento, em 1996, foi sucedido pelo querido Pe. Hildebrando Rodrigues de Oliveira, paraibano que animou a Paróquia no âmbito pastoral e sacramental, como também readaptou o espaço litúrgico e gradeou todo o terreno.
Passados 6 anos, passou a guia da paróquia a um jovem sacerdote, o Pe. Fernando Rocha Sapaterro, natural do ABC, que dinamizou ainda mais as pastorais com formações, encontros de espiritualidade e resgate de elementos históricos do Cristianismo, tornando a Paróquia uma referência no âmbito litúrgico e também evangelizador.
Pe. Fernando fez novas intervenções no espaço sagrado, dando coesão aos elementos estéticos, que possibilitaram ao templo ser oficialmente consagrado em cerimônia solene, oficiada pelo bispo diocesano de então, Dom Nelson Westrupp, SCJ.
Seu pastoreio totalizou 13 anos, quando o argentino Pe. Guillermo Daniel Micheletti assumiu a Paróquia, de 2015 a 2018, dando ênfase ao estudo dos evangelhos e à dimensão social da vida cristã.
Chega então o momento em que a paróquia é assumida, pela primeira vez em sua história, por um ministro religioso que não era sacerdote: o diácono Vinícius Ferreira Afonso, prestes a ser ordenado presbítero, sendo a primeira vez que a comunidade assistia um pastor ser consagrado.
Nos três anos e meio de pastoreio, a comunidade viu nascer um antigo sonho: a construção de seu Centro Pastoral, em andamento até os dias de hoje.
De maneira interina, assume a Comunidade Pe. Tiago José Sibula da Silva, que procura imediatamente dar continuidade às obras e dinamizar a vida pastoral de uma paróquia tão viva e ativa.
Até que, por um desígnio providencial, do Sul do Brasil, Pe. Renato José da Rosa, paulistano de nascimento, chega ao Jardim Bom Pastor, para assumir os cuidados da evangelização desta querida porção do Povo de Deus, e tem se mostrado bastante solícito e disponíveis em atender a tantas demandas sacramentais, espirituais e pastorais de seu novo rebanho.
Colaborou com o texto Padre Vinicius Afonso
Source: Diocese