Mensagem a todos os músicos de nossas comunidades, por ocasião da Memória de Santa Cecília
No próximo dia 22, a Igreja faz memória de Santa Cecília, padroeira dos músicos. Sabemos o quanto a música é importante para a vivência da nossa fé. Ao longo da história da salvação, as experiências do povo de Deus sempre estiveram ligadas ao canto, tanto nos momentos felizes quanto nas horas tristes e desafiadoras: “Cantai ao Senhor com pandeiros, entoai seu louvor com tambores! Elevai-lhe um salmo festivo, invocai o seu nome e exaltai-o!” (Jt 16,1); “Cantai ao Senhor Deus um canto novo porque ele fez prodígios” (Sl 97); “Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o! Cantai para o Senhor um canto novo, com arte sustentai a louvação!” (Sl 32); “Junto aos rios da Babilônia nos sentávamos chorando, com saudades de Sião.
Nos salgueiros por ali penduramos nossas harpas. Pois foi lá que os opressores nos pediram nossos cânticos; nossos guardas exigiam alegria na tristeza: “Cantai hoje para nós algum canto de Sião!” (Sl 137); “Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor” (Sl 89);“Louvai-o com o toque da trombeta, louvai-o com a cítara e harpa; louvai-o com dança e tambor, louvai-o com cordas e flauta; louvai-o com címbalos sonoros, louvai-o com címbalos de júbilo” (Sl 150). O Concílio Vaticano II deu um novo incremento à vida litúrgica ressaltando o papel do canto litúrgico: “A tradição musical de toda a Igreja é um tesouro de inestimável valor, que se sobressai entre todas as outras expressões de arte, sobretudo porque o canto sagrado, intimamente unido com o texto, constitui parte necessária ou integrante da liturgia solene” (Sacrosanctum Concilium, 112).
Em nossas comunidades, a missão dos grupos de canto é estar a serviço da assembleia, favorecendo a participação plena, consciente e ativa de todo o povo por meio do canto. Como é bonito perceber a vivacidade da assembleia celebrante, quando todos têm condições de participar cantando, entoando a uma só voz seu louvor ao Pai! Quando os músicos colocam seus dons a
serviço, eles não “cantam na missa”, mas “cantam a missa”. Isso significa dizer que, na liturgia, sobretudo na Celebração Eucarística, há o canto certo para o momento certo, pois a música é parte integrante da liturgia. Por isso, a atenção ao repertório é fundamental para que o mistério celebrado não seja prejudicado por gostos pessoais ou por cantos que caberiam melhor em outras
ocasiões que não a missa.
Nesse sentido, em nossa Diocese, o Hinário Litúrgico, material de apoio do folheto ABC Litúrgico, vem ser, além de instrumento de unidade e identidade diocesana, a opção mais acertada quando o assunto é canto litúrgico. Por meio de seu uso nas celebrações, será possível cumprir fielmente o chamado que Deus nos faz para exercermos aquilo que nos compete durante a celebração.
Além disso, todos são chamados a exercer seu dom com humildade e alegria, pois o músico católico é aquele que empresta sua voz à Igreja, que entoa seus louvores ao Cordeiro. É sabido que muitas comunidades têm poucos grupos, que a correria do cotidiano dificulta a realização de ensaios e que todos estamos cercados de desafios. Mesmo assim, é preciso que coloquemos aquilo que há de melhor em nós, para que o Senhor seja louvado e glorificado e que a comunidade colha os frutos da Eucaristia
que celebra.
Em nome da Comissão Diocesana de Liturgia, agradecemos a todos os músicos que servem em nossas comunidades. Façamos o esforço para que, por meio da consciência do canto litúrgico, possamos caminhar sempre juntos, como Igreja sinodal!
Santa Cecília, rogai por nós!
Artigo por Pe. Guilherme Franco Octaviano (Paróquia São Jorge – Região Santo André Leste)
Coord. da Comissão Diocesana de Liturgia
Source: Diocese