No dia 2 de agosto, quarta-feira, a Diocese de Santo André viveu um momento de grande devoção e gratidão durante a celebração do “Perdão de Assis”. Essa graça, intermediada por São Francisco de Assis, permite aos fiéis receberem, nessa data, a Indulgência Plenária em qualquer igreja franciscana.
A festividade é marcada pela dedicação à Nossa Senhora dos Anjos, carinhosamente conhecida como “Porciúncula”, no calendário litúrgico franciscano. A Santa Missa foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Pedro Carlos Cipollini, às 19h30, no Santuário Senhor do Bonfim, em Santo André.
Desde o início do dia, os fiéis estiveram em grande número para buscar o “Perdão de Assis” e participar das confissões especiais realizadas durante todo o dia. Ao lado de Dom Pedro, concelebraram Frei José Hugo, OFM Conv., Ministro Provincial, e Frei Diogo Luís, OFM Conv., em um momento de profunda comunhão e celebração do amor de Cristo.
No início da celebração, o bispo expressou sua alegria por estarem unidos naquela noite de terça-feira, ressaltando o maravilhoso perdão que se manifesta nessa data em todo o mundo, por intercessão de Maria e a pedido de São Francisco de Assis.
A homilia de Dom Pedro trouxe reflexões sobre a misericórdia de Deus, a salvação através da cruz de Cristo e a importância do “Perdão de Assis” para a redenção das almas, explicou que, mesmo após receber o perdão no Sacramento da Confissão, as consequências dos pecados deixam marcas, como cicatrizes na alma, mas é por meio da indulgência e do perdão de Assis que essas cicatrizes são curadas e a culpa é redimida. O bispo enfatizou a importância de se arrepender, pedir perdão e se tornar parecido com Jesus, para, assim, sermos adotados como filhos de Deus:
“Hoje é dia de gratidão. Gratidão pela misericórdia de Deus, porque Ele mesmo move o nosso coração para o arrependimento. Feliz de quem se arrepende, toma consciência dos seus pecados, pede perdão, é perdoado, é redimido, se torna parecido com Jesus, que é o Filho verdadeiro de Deus. E em Jesus nós também somos adotados como filhos por Deus. E o que implica ser filho de Deus? Implica sermos parecidos com Ele,assim, quando somos redimidos, perdoados em Cristo, nos tornamos mais semelhantes ao nosso Pai do Céu.”
Fazendo referência ao Pai Nosso, o bispo falou da importância de também de dar o perdão ao próximo:
“Que cada um possa em seu coração dizer obrigado Senhor por todo o perdão que foi dado hoje, aqui neste local sagrado. Obrigado porque eu também fui perdoado, obrigado Senhor, porque eu também perdoou o meu irmão. Como vamos rezar daqui a pouco na oração do Pai Nosso: “Perdoai os nossos pecados, nossas ofensas, nossas dívidas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.
A celebração foi ainda mais especial, pois coincidiu com o encerramento dos festejos dos 80 anos da chegada da Cruz do Bonfim no santuário. Frei Hugo destacou a alegria de receber todos os fiéis na casa santuário e agradeceu a presença do bispo diocesano, Dom Pedro, e do Padre Camilo, enfatizando a unidade e comunhão com toda a Diocese de Santo André.
São Francisco e a Indulgência Plenária: A História e as Condições para Obter o Perdão Divino
Segundo os relatos de Bartolomeu de Pisa, a origem da Indulgência da Porciúncula remonta a uma noite do ano de 1216, quando São Francisco de Assis encontrava-se em profunda oração na pequena igreja da Porciúncula, próxima a Assis. Nessa ocasião, algo extraordinário aconteceu: a igreja foi banhada por uma luz intensa, e Francisco teve uma visão do Cristo no altar, acompanhado pela Santíssima Mãe e cercado por uma multidão de anjos. Em reverência, Francisco prostrou-se diante dessa aparição celestial, adorando o Senhor.
Nesse momento sublime, foi-lhe perguntado o que ele desejava para a salvação das almas, e a resposta de Francisco foi instantânea e altruísta: “Santíssimo Pai, mesmo sendo um pecador miserável, peço-lhe que conceda amplo e generoso perdão, com a completa remissão de todas as culpas, a todos aqueles que, arrependidos e confessados, venham visitar esta igreja”.
O Senhor acolheu o pedido, mas com uma condição: Francisco deveria solicitar essa indulgência, em nome Dele, ao Vigário na Terra, ou seja, o Papa. Prontamente, Francisco apresentou-se ao Papa Honório III, relatou sinceramente a visão que teve e obteve a aprovação do Pontífice. O Papa perguntou por quantos anos desejava a indulgência, mas Francisco, demonstrando sua profunda humildade e preocupação com as almas, respondeu que não a solicitava por anos, mas sim pelas almas.
Assim, em conformidade com as condições estabelecidas, no dia 2 de agosto de cada ano, das 12 horas do dia 1º de agosto até as 24 horas do dia 2, é possível obter a Indulgência Plenária. Para alcançar esse perdão divino, é necessário seguir algumas etapas:
1. Visitar uma igreja paroquial, onde se reza o Credo para afirmar a identidade cristã e o Pai Nosso para reafirmar a dignidade de filhos de Deus recebida no Batismo;
2. Fazer a Confissão sacramental para estar em graça de Deus (até oito dias antes ou depois);
3. Participar da Eucaristia;
4. Realizar uma oração pelas intenções do Papa.
A indulgência pode ser obtida uma vez, e pode ser aplicada tanto para si próprio quanto para uma pessoa falecida. Ao longo dos séculos, houve variações na concessão dessa indulgência, mas, atualmente, ela é estendida a todos os dias para a Igreja da Porciúncula, na Itália, enquanto que para outras igrejas paroquiais e franciscanas, ela é válida somente no dia 2 de agosto.
A história da Indulgência da Porciúncula é uma demonstração do profundo compromisso de São Francisco com a salvação das almas e da importância que a Igreja dá ao perdão e à reconciliação espiritual. Anualmente, fiéis de diversas partes do mundo buscam essa indulgência, renovando sua fé e vivenciando a mensagem de amor e misericórdia de São Francisco de Assis.
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