O Consep (Conselho Episcopal Pastoral) da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) esteve reunido na manhã e tarde de quarta-feira (18/08), de forma virtual, com o objetivo de tratar da distribuição das 314 vagas para representantes do Brasil na Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, marcada para novembro, e de assuntos importantes para a Igreja no Brasil neste segundo semestre e para os próximos anos.
O bispo da Diocese de Santo André e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB, Dom Pedro Carlos Cipollini, participou da reunião apenas no período da manhã e justificou a ausência durante a tarde, por motivos de força maior; e o coordenador de Comunicação da Diocese de Santo André e assessor da Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB, Pe. Tiago José Sibula da Silva, acompanhou o encontro, na íntegra.
A próxima reunião do Consep, em função da Assembleia da América Latina e Caribe, será no próximo dia 10 de novembro. A data foi aprovada pelos membros do órgão. A parte da tarde ainda seguiu com informações das agendas de trabalhos das Comissões Episcopais Pastorais da CNBB.
Confira um resumo dos assuntos abordados durante o encontro:
Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe
O número destinado aos participantes do Brasil foi definido pelo Conselho Episcopal Latino Americano (Celam), organizador da assembleia e que também estabeleceu uma quantidade de participantes para cinco categorias, a partir de suas vinculações eclesiais: bispos; padres e diáconos; religiosos e membros de institutos seculares; fiéis leigos; e pessoas em situação de periferia.
O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, não entra na lista dos 314 convidados, uma vez que está como “membro nato” da assembleia, por conta da função na Conferência Episcopal.
As 63 vagas dos bispos ficaram assim distribuídas: três para os demais integrantes da Presidência da CNBB; 12 para os membros do Consep; 38 para representantes dos Regionais, divididos proporcionalmente de acordo com o número de dioceses (o Regional Sul 1, por exemplo, com mais igrejas particulares, terá seis representantes); três bispos eméritos; dois bispos de recente nomeação; três bispos com mais de 20 anos de nomeação; e dom Geremias Steinmetz, arcebispo de Londrina (PR) e bispo membro da equipe de Animação Nacional.
A Comissão Nacional dos Presbíteros e a Comissão Nacional dos Diáconos vão indicar os seus representantes, dividindo proporcionalmente as 63 vagas disponibilizadas.
A Conferência dos Religiosos do Brasil e a Conferência Nacional dos Institutos Seculares do Brasil (CNISB) também indicarão 63 nomes, observando a diversidade de idades e carismas.
A Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato terá 94 indicações. Para chegar aos nomes, buscarão referências nos organismos ligados aos leigos, como CNLB, CEBs, e também nas Pastorais, como a Familiar e a Juvenil. O Celam orientou que a escolha deve observar a proporção de gênero, idade, movimentos, paróquias e pequenas comunidades e organizações sociais.
O último grupo consiste em pessoas em situação de periferia. São 31 participantes que deverão ser indicados pela Cáritas Brasileira.
As indicações devem chegar à CNBB até o dia 25 de setembro para encaminhamento à organização da Assembleia Eclesial, marcada para o período de 21 a 28 de novembro, de forma virtual.
Análise de Conjuntura Social
A Análise de Conjuntura Social foi apresentada pelo bispo de Carolina (MA), dom Francisco Lima Soares. Com o título “O passado, presente e futuro da casa comum – Biomas brasileiros e a construção do Eldorado no Século XXI”, a análise focou na “gestão dos recursos naturais ou os efeitos ambientais decorrentes da atividade social, política e econômica”, um tema estrutural na realidade brasileira, junto com outras questões também urgentes. Após a apresentação, os bispos partilharam impressões e sugeriram novas abordagens.
Sobre o momento atual brasileiro, “de convergência de múltiplas crises”, dom Francisco esclareceu em nome do grupo que prepara as análises, que a equipe está atenta aos acontecimentos atuais no contexto político e econômico e “produzindo reflexões conjuntamente sobre esses e novos fatos e que em breve serão discutidos”.
Análise de Conjuntura Eclesial
A Análise de Conjuntura Eclesial desenvolvida pelo arcebispo de Brasília e presidente Instituto Nacional de Pastoral, o Inapaz, dom Paulo Cesar Costa e coordenada pelo arcebispo de Porto Alegre (RS) e primeiro vice-presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, foi apresentada durante a tarde.
O secretário-executivo do Inapaz, padre Danilo Pinto, apresentou a metodologia do trabalho adotada. Um dos três textos, explicou, foi construído a partir de um questionário respondido pelos regionais da CNBB. Nesta reunião do Consep, a equipe apresentou a primeira parte do diagnóstico, deixando as demais – análise e prospecção – para as outras reuniões (setembro e outubro).
O membro da equipe de análise de análise eclesial, Waldecir Gonzaga, apresentou como resultado do questionário e o primeiro texto: “Animação Bíblica da Pastoral – memória e diagnóstico”, ambos enviados previamente aos bispos e demais participantes do Consep. Uma das dificuldades encontradas pela Igreja no Brasil, destacada pelo presidente da CNBB, dom Walmor Azevedo de Oliveira, foi os sacrifícios que a pandemia impôs sobre os recursos que sustentam a obra da evangelização no Brasil, incluindo a CNBB.
“Como Igreja, embora tenhamos ainda um grande caminho a percorrer, grandes avanços estão ocorrendo. Destaco o trabalho qualificado que está sendo feito por muitas pessoas de inestimável qualidade. Vale reforçar a presença também da Igreja na sociedade em várias frentes com trabalhos qualificados, o trabalho das Comissões Episcopais Pastorais. Temos sombras, mas temos luzes, temos fechamentos, mas temos sinais de abertura”, reforçou o presidente da CNBB.
Dom Walmor ressaltou ser necessário enquanto Igreja contribuir de modo mais decisivo, à luz do Evangelho, na sociedade que precisa muito da presença dos cristãos-católicos, da Palavra de Deus e do trabalho e cuidado pastoral da Igreja. “Desejo de coração que este Consep possa, a despeito das as faltas que temos ou viermos a ter e com seus limites, nos fortalecer na importante empreitada de proclamar a Palavra, anunciar o Evangelho e ajudar a reconstruir um tecido social e político novo na sociedade brasileira”, disse.
Ano Vocacional
O bispo de Tubarão (SC) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, dom João Francisco Salm, falou sobre o 3º Ano Vocacional do Brasil. Ele partilhou o tema e o lema definidos e aprovados no mês passado. Tema: “Vocação: graça e missão” e Lema: Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33).
Marcado para ocorrer de 20 de novembro de 2022 a 26 de novembro de 2023, o ano vocacional deve ser oportunidade para uma “verdadeira catequese vocacional, objetiva e clara”, apontada como necessária para a Igreja no Brasil. Dom Salm ressalta que é preciso informar, instruir, tirar dúvidas, explicar, encantar para as vocações.
Ainda neste mês de agosto, a Comissão Teológica do Ano Vocacional irá se encontrar para dar início à preparação dos materiais de apoio.
Campanhas CNBB 2021/2022/2023
O secretário-executivo de Campanhas da CNBB, padre Patriky Samuel Batista, informou que o Texto-Base da CF 2022 já está disponível em duas versões (impressa e e-book). Lembrou a todos que o seminário nacional da Campanha da Fraternidade acontecerá de 1º a 3 de setembro das 20h às 21h30, por meio do canal do Youtube da CNBB, CRB, ANEC e Edições CNBB. Também foi apresentado o tema, material e identidade da Campanha para a Evangelização 2021.
Por fim, o Consep decidiu que a escolha dos próximos temas para a Campanha da Fraternidade acontecerá de forma mais ampla envolvendo todo povo de Deus, o episcopado nacional, comissões e organismos da CNBB. A metodologia para este empreendimento será apresentada na próxima reunião do Conselho permanente da CNBB.
Sínodo 2023
O padre Júlio César Evangelista, da equipe de Animação Nacional para o Sínodo dos Bispos, apresentou a dinâmica de trabalho. O tema do sínodo: “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. Serão três fases: diocesana (outubro de 2021), continental (abril de 2022) e universal (outubro de 2023).
Fonte:CNBB
Source: Diocese