“Que Jesus, o Príncipe da Paz, que nós acolhemos em nosso coração, nos ajude a sermos pessoas de paz. Que tenhamos paz no nosso coração. Não existe nada acima da Paz de Cristo, porque os conflitos, as guerras são instrumentos deste mundo que passa, deste mundo material, mas a paz é um apanágio da eternidade que não passa”.
As palavras do bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, durante a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, a primeira celebração do ano de 2022 realizada na manhã deste sábado (1º/01), enfatizaram o principal desejo para um mundo mais justo e fraterno, livre dos conflitos e guerras, neste novo ano que se inicia, na data em que também celebramos o Dia Mundial da Paz.
“Jesus nos ensina: se você quer paz, ame o próximo, seja fraterno, aprenda a partilhar, trabalhe pelo bem todos, vença o mal fazendo o bem. Então, nós que somos cristãos, que somos herdeiros da mensagem de Jesus, somos encarregados de vivê-la, de promovê-la e levá-la adiante”, atesta.
“Cristo é a nossa benção. Ele é a nossa paz. Como diz o apóstolo Paulo, na Carta aos Efésios: “De junto do Pai, Cristo enviou o espírito que habita em nós e nos dá o dinamismo necessário se quisermos aderir para vivermos em santidade, unidos a Deus, vencendo todo o mal através do bem”, aponta Dom Pedro, ao reforçar que devemos aprender a construir a paz no dia a dia. “Nas pequenas coisas que Deus torna grandes pela força de sua graça”, frisa.
A missa aconteceu na Catedral Nossa Senhora do Carmo, no Centro da cidade andreense, e contou com a presença de fiéis e as participações dos padres Flávio José dos Santos (vigário da Catedral) e Camilo Gonçalves de Lima (secretário episcopal).
Combater as falsas notícias
Dom Pedro também condenou a propagação de fake news. Segundo ele, as falsas notícias se tornaram grandes obstáculos para uma sociedade mais pacífica. O bispo afirma que muitos pregam que se a população estiver armada, o mundo terá paz, ao relembrar uma ideia antiga da época do Império Romano, um dos mais violentos da história, que tinha um ditado: “Se você quer paz, se prepare para a guerra”.
“Vamos rezar pela paz e vamos nos comprometer também em sermos pessoas de paz, e não de guerra, de mentiras. Uma pessoa que espalha mentira está acabando com a paz. Uma pessoa que espalha injustiças está acabando com a paz. Uma pessoa que critica a outra de forma arrasadora e pratica violência também está acabando com a paz”, salienta.
A ideia de que somos todos irmãos
Em sua homilia, o bispo refletiu sobre a Palavra de Deus que pede para sermos uma benção para os irmãos e irmãs, principalmente os mais necessitados, e citou a Fratelli Tutti, encíclica publicada pelo Papa Francisco em outubro de 2020, aprofundando a amizade social como um desejo de todo cristão em tempos de muitos conflitos na humanidade.
“De fato, no século passado, depois da Segunda Guerra Mundial, se fundou à ONU (Organização das Nações Unidas), no ano de 1948, para promover a paz entre os povos. Mas com o tempo chegamos a um momento onde esse ideal de paz parece ser esquecido. São muitos conflitos, guerras e principalmente, conflitos que sacrificam, em especial, os mais fracos, pobres, crianças, devido à fuga forçada pelas guerras, fugir do próprio país. Então, é uma realidade que o Papa diz que existem muitas pessoas que são descartáveis, o objetivo maior parece não ser a paz e o bem comum, mas a riqueza, o lucro e o dinheiro. Não se pode ter paz no mundo desse jeito”, alerta Dom Pedro, ao discorrer que a paz é fruto da justiça, da busca do bem para todos, o bem comum, e não para um grupo específico.
Maria, a primeira na fé
Ao falar da Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus (na proclamação do Evangelho de Lucas 2, 16-21), Dom Pedro disse que a Igreja nos convida a olhar para Maria, como a porta pela qual Jesus entrou no mundo, sendo um exemplo de fé para todos os cristãos.
“A celebração leva esse título de Maria, Mãe de Meus, porém, toda a liturgia da palavra nos fala de Jesus, o filho de Deus, que veio nos salvar. E isso certamente deixa Maria contente, porque a alegria desta mãe é mostrar o seu filho e dizer continuamente para nós: “Fazei tudo que Ele vos disser”, como está no Evangelho de João. Maria é a porta pela qual Jesus entrou no mundo, e ela é exemplo de fé para nós, porque é a primeira que acreditou e que viveu o que Jesus ensinou em plenitude”, explica.
Jesus é a nossa benção
A primeira leitura (Nm 6, 22-27) fala da benção, de Deus Pai que abençoa o povo. No Antigo Testamento, essa benção mostra a bondade e misericórdia de Deus que tirou esse povo da escravidão do Egito e o conduziu à terra da liberdade e da fraternidade.
“Essa benção é uma grande promessa de Deus e essa promessa se concretiza em Jesus, segunda pessoa da Santíssima Trindade: “O verbo se fez carne e habitou entre nós”. Deus não só ama e abençoa o mundo de longe, mas ele ama e abençoa o mundo de perto, dentro do mundo. O próprio Deus veio habitar conosco e nos salvar. Jesus é uma palavra que quer dizer exatamente isso: “Deus salva!”. Jesus é a nossa benção, porque Ele é a nossa salvação. Em torno Dele se concretiza todas as bençãos. Nele, se realiza a promessa da benção: Deus conosco”, elucida o bispo.
Somos templos do Espírito Santo
A Segunda Leitura (Gl 4, 4-7) nos fala de Jesus nascido de Maria, que morrendo na cruz deu uma prova de amor tão grande e, junto do Pai, nos envia o Espírito Santo.
“O que Cristo conseguiu por nós através de sua morte e ressurreição é maravilhoso. Não só a salvação, mas Ele está dentro de nós. Nós somos templos do Espírito Santo, morada de Deus. Essa é uma das maravilhas da nossa fé, revelada na Sagrada Escritura, carregamos esse tesouro em vasos de barro, esse tesouro que é o próprio Deus. O Pai nos abençoa e Cristo é o Salvador que vem e nos salva”, complementa Dom Pedro.
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Saúde e políticas públicas para os mais carentes
Rubia da Silva, 57 anos, participou da celebração acompanhada do esposo, o aposentado Raimundo de Sousa, 63 anos, e da filha, a auxiliar de farmácia, Rayane de Sousa,19 anos.
“Que o Espírito Santo derrame muitas bençãos na vida de cada um de nós, de todas as famílias. Que Nossa Senhora possa interceder por nossas vidas para que tenhamos um ano cheio de luz, paz, saúde e prosperidade”, deseja Rubia.
Morador de Santo andré há 45 anos, o aposentado José Manoel Pedrera Carabel, 73 anos, diz que o principal pedido para 2022 é muita saude para todos. “Que essa pandemia (da Covid-19) diminua e que haja mais políticas públicas para a população mais carente, postos de trabalho para pessoas desempregadas e auxílio para as pessoas que não tem aposentadoria”, sugere.
Última celebração do ano
O bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini celebrou na noite de sexta-feira (31/12), a última missa do ano de 2021 desejando os votos de um Feliz 2022 para todos os diocesanos. A celebração aconteceu na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Barcelona, em São Caetano do Sul.
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