Um Natal que nos ensina a sermos mais solidários e humildes. Assim como o Papa Francisco, o bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, também destacou a chegada do Menino Jesus como o renascimento da esperança para a superação das adversidades no mundo, ao celebrar na noite de sexta-feira (24/12), a Solenidade do Natal do Senhor, na Catedral Nossa Senhora do Carmo, no Centro da cidade andreense.
“A nossa fé nos ensina que embora as aparências dizem o contrário, Deus está operando a salvação. Naquela noite, exceto Maria e José, quem acreditou naquele Menino? Nós somos chamados a imitar Maria e José, depositar toda nossa fé em Jesus, em que pese toda escuridão, a Luz está presente e ela vai prevalecer”, exalta Dom Pedro.
A celebração contou com a presença de fiéis e as participações dos padres Joel Nery (vigário geral da Diocese de Santo André e pároco da Catedral), Flávio José dos Santos (viǵario da Catedral) e Camilo Gonçalves de Lima (secretário episcopal).
Vencer o mal praticando o bem
Durante a homilia, Dom Pedro disse que a liturgia nos convida a entrar no mistério celebrado, a encarnação do Filho de Deus, prova de um amor incomensurável. “Deus nos amou tanto que enviou o seu Filho para nos salvar. A segunda leitura diz que Jesus veio nos lançar um grande desafio que Ele mesmo está praticando esta noite de Natal: vencer o mal pelo bem. Num mundo de pecado, de maldade, Jesus entra, inocente, criança, puro, sem nenhum poder, mas repleto de bondade. O mistério que celebramos no Natal é o mistério da encarnação que se traduz no dia a dia nesta proposta de vencer o mal fazendo o bem, mas será que ainda acreditamos que vale a pena fazer o bem?”, questiona o bispo.
O celebrante prossegue: “Como cristãos, seguidores de Jesus, devemos nos distinguir dos que não acreditam, não distinguir para sermos diferentes, mas por causa de nossa fé. Fomos salvos por esse Menino, pela sua bondade, pelo seu amor. Cada um de nós, olhando essa criança que nasce assim na humildade, na simplicidade, no meio de uma conjuntura histórica, dramática, nós devemos ler nesta criança, essa carta que Deus nos dirige com as tintas do coração, como diz (o apóstolo) Paulo”, complementa Dom Pedro.
Humildade é um grande ensinamento
“Ali na manjedoura de Belém, de madeira, nos lembra também a morte de Cristo na cruz, esse menino envolto em panos nos lembra o Cristo amortalhado no sepulcro. O mistério que contemplamos é profundo. O Natal e o mistério pascal estão unidos. Cristo nasceu para nos redimir. “Nasceu hoje o Salvador”, dizem os anjos. Salvar pelo amor para poder vivê-lo. Entramos nos mistério para assimilá-lo”, reflete Dom Pedro.
“Que o Menino Jesus nos dê esse desejo de sermos como crianças, puros de coração, para vencer o mal fazendo o bem. Não há nada capaz de destruir a maldade do que a bondade que se manifestou em Jesus, que nasce em Belém e depois entrega a sua vida por nós, na cruz”, enfatiza.
Presente para a humanidade
Nas palavras do bispo diocesano, a entrada do Filho de Deus na história da humanidade não muda apenas a história do ser humano, mas do universo todo. “Porque o criador de tudo se fez criatura. Entra na dinâmica daquilo que Ele criou. Um mistério profundo que custa para nós pararmos e refletirmos. Mais do que olhar o presépio, do que refletir teologicamente, a liturgia nos convida através da palavra proclamada, a contemplar com os olhos da fé, com um coração agradecido a esse grande presente que Deus nos dá”, revela.
De acordo com Dom Pedro, o Natal é uma época festiva que reúne as famílias e promove a troca de presentes. Porém, Deus quem nos dá o maior presente de todos. “Ao invés de nos levarmos presentes para o Menino Jesus, como fizeram os pastores e reis magos, Jesus é o presente de toda humanidade, presente de cada um. E você, como acolhe esse presente?”, indaga.
Natal é a Festa da Alegria!
“Natal é Festa da Luz, da Alegria. O próprio Jesus vai dizer: “Eu sou a Luz do mundo” e nos convida a caminhar com Ele nesta luz: “Quem me segue não andará nas trevas” (Jo 8, 12), cita Dom Pedro, ao traçar um paralelo dos tempos atuais com o período que o Salvador chegava ao mundo.
“Estamos mergulhados nesta situação que nos traz preocupações, uma situação social dramática, como era a situação na época de Jesus. Não existia pandemia, existia o Império Romano, que era uma espécie de pandemia, porque dominava com mão de ferro todos os povos. Qualquer sinal de desejo de liberdade, eram crucificados, desde escravos até homens livres. Existia drama, mas brilhava a luz, que é Jesus”, destaca.
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Famílias vivenciam o espírito do Natal
O engenheiro de automação, Alex Vinícius Dognani, 37 anos, participou da missa acompanhado da esposa, a arquiteta Priscila Bussolaro Dognani, 37 anos, da filha, a estudante Maria Júlia Dognani, 12 anos, e do sogro, o motorista Nicanor Bussolaro. Ele atesta que o Natal também é um tempo de renovar a esperança e manter a tradição dos encontros familiares.
“Mesmo diante de todas as dificuldades que estamos enfrentando na pandemia, se faz necessário dentro de cada um que surja uma nova luz, uma nova esperança, sabendo que eu posso contribuir com o próximo, com um abraço, uma palavra, um gesto que consegue transformar o dia de uma pessoa. Que esse despertar do Natal perdure durante o ano”, projeta Alex.
Priscila acrescenta uma frase: “Porque Ele vive eu posso crer no amanhã”, frisa.
Marilene Furquim de Campos Gomes, 62 anos, também reuniu parte da família para participar da Solenidade de Natal. Esteve acompanhada do marido, o aposentado João Teodoro Gomes, 67 anos; dos filhos Bruno, 30 anos, e Lucas, 26 anos, e do neto Lucas Miguel, 7 anos.
“Que possamos ter um Natal abençoado, cada gesto de carinho, de amor, de fraternidade, de misericórdia, de compaixão, tudo isso representa o Natal. A partir do momento que tenha um carinho com as pessoas, um afeto, uma ajuda, fazer o bem, isso significa um Natal feliz e a presença de Deus no nosso meio”, sintetiza o casal Marilene e João, ao recordar que o espírito natalino nos ajuda a refletir sobre a ajuda ao próximo não apenas com palavras, mas quando a pessoa também necessita de algo material, também.
Celebração na paróquia dedicada à padroeira do Brasil
Na noite de sábado (25/12), o bispo diocesano Dom Pedro Carlos Cipollini celebrou a Missa de Natal na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no Parque Novo Oratório, na Região Pastoral Santo André – Utinga. A igreja dedicada à Mãe de Deus, com o título da padroeira do Brasil, terá um novo pároco a partir do dia 14 de janeiro, quando o coordenador da Comissão Diocesana de Animação Bíblico-Catequética, Pe. Eduardo Calandro, assume nova missão na paróquia.
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Source: Diocese