“Rezemos pela vida nesta Semana da Vida, para que Deus nos ilumine a fim de sermos bons cristãos, seguidores de Jesus, não só nas palavras, mas nas nossas ações, que por menores que sejam, Deus faz frutificar. A nossa tarefa é vencer o mal fazendo o bem. Façamos o bem possível, cada um faz o bem que lhe é possível, e Deus fará multiplicar e render.”
O bispo da Diocese de Santo André, Dom Pedro Carlos Cipollini, celebrou na manhã deste domingo (03/10), a Missa Diocesana pelo Nascituro e em Ação de Graças pelos 34 anos da Pastoral da Criança, na Catedral Nossa Senhora do Carmo, no Centro da cidade andreense. Em sua homilia, Dom Pedro refletiu sobre o projeto de Deus para o matrimônio, a importância das crianças e a necessidade da preservação da vida, principalmente dos mais vulneráveis em nossa sociedade.
A missa integra a programação da Semana Nacional da Vida na Diocese de Santo André, que acontece entre os dias 1º e 7 de outubro, sempre às 18h, com os encontros online dos subsídios Hora da Vida, com transmissão pelas mídias sociais diocesanas.
Membros da Comissão Diocesana em Defesa da Vida, do Setor Vida e Família, e líderes da Pastoral da Criança e todos os defensores da vida, desde a sua concepção até o seu fim natural, participaram da celebração, em união com a Igreja no Brasil.
O projeto de Deus implica a fidelidade
Na meditação do Evangelho (Mc 10,2-16), o bispo diocesano recordou a passagem em que os fariseus questionam Jesus se era permitido ao homem se divorciar da mulher. Jesus, na sua sabedoria divina, recorda o que está escrito na Bíblia, indo ao encontro do projeto de Deus. “Jesus não vai por legalismo, por leis, porque existem muitas leis legais e injustas. O que é uma lei injusta? Aquela que vai contra a lei maior de Deus. No princípio tem o projeto de Deus. E o projeto de Deus é que o homem e a mulher se unam em matrimônio. Unidade e perenidade. O amor deve ser para sempre e não por um momento, por uma temporada. O projeto de Deus implica a fidelidade. Esse é o projeto para a união do homem e da mulher”, argumenta Dom Pedro.
No entanto, os fariseus perguntaram a Jesus sobre o fato de Moisés ter permitido a carta de divórcio para o homem se separar da mulher. Dom Pedro cita a resposta de Jesus. “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento. No entanto, desde o começo da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu o homem não separe!”
“O amor exige responsabilidade. Grande parte dos casamentos fracassam porque as pessoas não têm maturidade. Só Deus pode nos fazer felizes. A felicidade plena do coração humano só Deus pode dar. Por isso, o matrimônio cristão exige preparação, maturidade e sair da área do egoísmo, que faz a pessoa ficar centrada só sobre ela mesmo”, explica o bispo.
Por fim, Dom Pedro constata que Jesus reconhece direitos iguais para os homens e mulheres no matrimônio, “A mesma dignidade tem o homem e mulher no matrimônio.”
A importância das crianças na sociedade
No mesmo evangelho, Dom Pedro ainda comenta sobre a passagem em que as crianças queriam se aproximar de Jesus, mas os apóstolos as repreendiam. “Porque as crianças viviam com as mãos sujas, quem tocava noutro com com a mão suja ficava impuro para prestar culto à Deus no templo”, elucida o bispo, ao dizer que as crianças, assim como as mulheres, não tinham direitos pelas leis da época. Entretanto, Jesus responde. “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas. Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele”. Ele abraçava as crianças e as abençoava, impondo-lhes as mãos. E um grande instrumento em favor da vida é a Pastoral da Criança, segundo Dom Pedro. O organismo de ação social completou 34 anos de atuação na Diocese de Santo André. Em todo o território diocesano, a Pastoral da Criança da Diocese conta com: 2562 crianças acompanhadas, 270 líderes, 110 gestantes, e presença em 88 comunidades e 51 paróquias. Para conhecer o trabalho e participar da Pastoral da Criança, entre em contato com a coordenadora diocesana Maria Alice pelo WhatsApp: 98152-0856.
Compromisso na defesa da vida
Dom Pedro também reforçou a defesa à vida desde a concepção e mobilização dos cristãos para uma sociedade mais humana e igualitária. “Todos nós, cristãos, assim como Jesus, temos um compromisso de defender a vida. Não apoiar nenhum projeto que mata, que leva à morte, seja matando crianças, seja matando idosos ou favorecendo a morte pela fome, por falta de remédios”, comenta. Segundo o bispo, vivenciamos uma situação no mundo, onde a vida tem perdido valor em detrimento de projetos econômicos, da ganância e do lucro, que expõe a desigualdade e gera o aumento da fome.
“Nesta semana de preservação à vida, nós queremos rezar para que Deus dê a todos nós, uma consciência grande do valor da vida. Deus é o autor da vida, e Ele entrega à vida a nós, para que nós a preservemos, e não a destruamos como se destrói através do aborto, que é um crime diante de Deus, um pecado, através da fome ou de projetos que estão a favor do lucro acima da vida”, justifica.
Para conhecer o trabalho e participar da Comissão Diocesana em Defesa da Vida, que completa 15 anos neste ano de 2021, entre em contato com a coordenação através dos números de WhatsApp: 99955-8623 (Osmarina e Toninho) e 99420-7525 (Roberto e Miriam).
Celebrar o Dom da Vida
Ao final da celebração, Dom Pedro abençoou as grávidas, casais e crianças em frente ao altar. “Eu e o meu esposo decidimos ser abertos à vida”, conta a artesã e do lar, Renata Merética, 39 anos, ao lado do marido, o metalúrgico Jair Ricarto de Sousa, 59 anos. Com 16 anos de matrimônio, o casal vivencia a quinta gestação.”Vivenciamos a gravidez de sete semanas, tivemos um aborto espontâneo, e temos as filhas Antonela Maria, Luana Maria e a Isadora.”
Renata e Ricarto se casaram em Londrina (PR), viveram em Curitiba (PR) durante 15 anos e há dez meses estão morando em Santo André (SP). “Estamos muito felizes. Apoiamos esse movimento da igreja (da Comissão em Defesa da Vida), da abertura à vida. Acompanhamos a Dra. Zilda Arns (fundadora da Pastoral da Criança, que faleceu em janeiro de 2010). Tivemos alguns momentos com ela, em Florianópolis (SC) e Londrina (PR). Uma honra participar desta santa missa celebrando o dom da vida”, destaca o casal.
Ano Família Amoris Laetitia
As ações da Semana Nacional da Vida também estão em sintonia com o Ano da Família Amoris Laetitia, convocado pelo Santo Padre, que teve início no aniversário de 5 anos da Exortação Apostólica do Papa Francisco, ou seja, no dia 19 de março de 2021 e vai até o dia 26 de junho de 2022.
8º Plano de Pastoral
Entre os dias 1º e 8 de outubro, a Comissão Diocesana em Defesa da Vida orienta que as paróquias realizem palestras, adoração ao Santíssimo, Terço dos Homens, Vigília dos Jovens, bênção das gestantes e celebrações com temáticas em favor da vida, evidentemente com todos os cuidados necessários que a nossa diocese tem adotado nestes tempos de pandemia (distanciamento, capacidade reduzida, uso de máscaras e álcool em gel). Em 8 de outubro, Dia do Nascituro, as paróquias são convidadas a celebrar missas em suas respectivas comunidades.
As ações estão em sintonia com o 8º Plano Diocesano de Pastoral, através dos itinerários que trazem iniciativas de oração comunitária e espiritualidade; ações para melhor acolhimento, formação para missão e promoção de ações solidárias, respectivamente.
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Source: Diocese