“Saímos daqui com mais entusiasmo para ampliarmos a reflexão na Assembleia das Igrejas Particulares com a presença de nossos leigos e leigas”, considerou Dom Pedro Luiz Stringhini, presidente do Regional Sul 1 da CNBB, ao anunciar próximo encontro do episcopado paulista no segundo semestre, em Aparecida (SP).
Na manhã de hoje, dia 9, os bispos do Estado de São Paulo concluíram a 84ª edição da Assembleia Regional. Como tema central, o encontro, que também contou com a participação dos coordenadores de pastoral das seis arquidioceses e 36 dioceses paulistas, refletiu as novas questões que desafiam a vida e a missão eclesiais 15 anos após a realização da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe.
O Documento de Aparecida, como é conhecido o texto final da V Conferência, perpassou o conteúdo das apresentações e discussões do episcopado paulista reunido desde a última terça-feira, dia 7, em Indaiatuba (SP), no Mosteiro de Itaici.
“O tema central é muito importante para a vida pastoral de nossas Arquidioceses e Dioceses. As atividades foram todas pensadas nas perspectivas futuras de aplicação junto ao povo de Deus”, afirmou o presidente do Regional, Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo diocesano de Mogi das Cruzes (SP).
Sobre a conclusão dos trabalhos, Dom Pedro já antecipou a expectativa de continuidade do encontro episcopal do Estado de São Paulo com representantes dos fiéis que ocorrerá em Aparecida (SP), entre os dias 14 e 16 de outubro. “Saímos daqui com mais entusiasmo para ampliarmos a reflexão na Assembleia das Igrejas Particulares com a presença de nossos leigos e leigas: é assim que a Igreja no Estado de São Paulo vai caminhando e realizando a sua missão de levar Jesus Cristo para todos!”, finalizou.
CONCLUSÃO DOS TRABALHOS
As atividades da Assembleia dos Bispos do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foram encerradas com a reflexão sobre o Ensino Religioso conduzida pelo bispo auxiliar de São Paulo (SP), Dom Carlos Lema Garcia.
Na apresentação, o bispo auxiliar explicou algumas orientações do recente Documento do Dicastério para a Educação e Cultura, sobre a identidade das escolas católicas, publicado em 25 de janeiro de 2022. Em sua fala, Dom Carlos abordou alguns indicadores do caráter confessional das escolas ligadas à Igreja, como a seleção dos professores de Ensino Religioso, e a sua formação, e os conteúdos da disciplina de Ensino Religioso Confessional.
“Sabemos que há um crescente analfabetismo religioso numa sociedade secularizada. Nesse contexto, as proposta do Ensino Religioso vem atender à demanda das questões cruciais sobre o sentido da vida humana: quem somos, de onde viemos, o que devemos fazer nessa vida e para onde iremos após a nossa morte. São perguntas que somente encontram respostas na referência a Deus e ao sentido religioso da vida”, disse o prelado ao desenvolver a contribuição eclesial na orientação moral da sociedade.
Do clero de Sorocaba (SP), o secretário da Sub-região Sorocaba, Pe. Julio César Fernandes, em entrevista, destacou que o “Ensino Religioso é alheio a toda forma de doutrinação, proselitismo ou catequização. É uma proposta de formação pedagógica para promoção da dignidade centrada nos valores humanos para o sentido da vida e a promoção da sociedade de modo qualitativo”.
Sobre a importância do Ensino Religioso para que a estrutura eclesial continue a contribuir com o desenvolvimento humano, Dom Carlos ressaltou que a Igreja sempre esteve na vanguarda na certa de respostas aos anseios da sociedade e, para exemplificar, fez o seguinte apontamento sobre o âmbito da educação: “baste considerar o papel preponderante das ordens e congregações religiosas no mundo da educação: a cidade de São Paulo, hoje a maior metrópole da América do Sul, foi fundada no Páteo do Colégio, com uma missa, no dia 25 de janeiro de 1554, e com uma pequena escola para indígenas e filhos de portugueses, numa missão dos padres jesuítas”.
Dando continuidade, o bispo auxiliar de São Paulo ressaltou que, mesmo com muitos percalços, “a história vem se repetindo com o passar dos séculos e as instituições ligadas à Igreja se sucedem para oferecer a formação religiosa às novas gerações. Hoje reparamos que estão surgindo escolas que oferecem formação católica, promovidas por um número considerável de novas comunidades na maioria dos estados da federação”, finalizou.
“Diante do que ouvimos de Dom Carlos, entendemos que a perspectiva de fundamentação das bases religiosas na educação é de urgência para que a Igreja continue sua evangelização e ajude a sociedade na construção dos reais valores que podem se perder diante do secularismo”, salientou o Pe. Anatoli Konstantin Gradiski, secretário da Sub-região Botucatu e docente da Faculdade João Paulo II (Fajopa), de Marília (SP), cuja mantenedora é composta pelos bispos da Província Eclesiástica de Botucatu.
Source: Diocese