Entrevista com o jovem voluntário que presenteia um sorriso aos pacientes dos hospitais pediátricos, vestindo-se de Homem-Aranha. Esta manhã, o encontro com o Papa no Pátio São Dâmaso: “Dei-lhe de presente minha máscara dizendo que, através destes olhos, vejo muito sofrimento”.
“Sou apenas um jovem com uma fantasia bonita. Os verdadeiros super-heróis são as crianças e suas famílias que eu encontro nas alas dos hospitais onde cada um combate sua própria batalha todos os dias.” Mattia Villardita, o Homem-Aranha que apareceu improvisamente, esta manhã, no Pátio São Dâmaso para a Audiência Geral do Papa Francisco, nos fala sobre sua missão nos hospitais pediátricos. Para ele, funcionário de manhã e herói à tarde, apenas uma coisa importa neste serviço que decidiu realizar há alguns anos: “Ver as crianças sorrir”, pois o sorriso de uma criança doente “pode vencer todo o mal”. Ele sabe disso muito bem, pois durante muito tempo foi um paciente hospitalar. “Nunca me senti sozinho”, disse ao Vatican News, após o encontro com o Papa. “Tinha família e amigos, mas teria pago para ver o Homem-Aranha entrar pela minha janela. Por isso, decidi me tornar um”, disse ele.
Mattia, suas fotos hoje com o Papa viralizaram na internet. Como foi seu encontro com Francisco?
Mattia: Eu quis dar minha máscara do Homem-Aranha ao Santo Padre por um valor simbólico, porque todos os dias eu vejo o sofrimento das crianças e das famílias através da máscara do meu traje. Sofrimento que fui o primeiro a experimentar em minha pele porque fui um paciente hospitalar no Hospital Gaslini, em Gênova, por 19 anos. Então dei a máscara ao Santo Padre dizendo que, através destes olhos, vejo a dor dos pequenos, e lhe pedi para rezar por eles e suas famílias, embora eu saiba que ele já o faz. A emoção foi grande porque foi minha primeira vez no Vaticano, a primeira vez que vi o Papa e que o vi tão de perto que pude tocá-lo e cumprimentá-lo. Ele apertou minha mão, me agradeceu pelo que eu faço e me pediu, por favor, se eu poderia ir tirar algumas fotos com as crianças presentes na audiência, pois ele tinha ouvido chamar o meu nome. Então o cumprimentei e agradeci e fui tirar fotos com as crianças que me pediam.
O que significa para você o sorriso de uma criança?
Mattia: O que eu faço é voluntariado porque na vida cotidiana eu sou um funcionário. Infelizmente, não é o meu trabalho. Portanto, é um investimento de vida, uma missão na qual acredito muito. Para mim, o sorriso de uma criança é uma das maiores forças do mundo. Ver o sorriso das crianças é capaz de vencer todo sofrimento e doença. Estou feliz em doar isto porque, para mim, vê-las sorrir é uma vitória pessoal. Eu me vejo naquelas crianças que visito. Estou muito orgulhoso do que está acontecendo.
Você revê uma criança que, apesar das sombras, procurava luzes…
Mattia: Felizmente, eu tinha minha família e amigos ao meu lado. Por isso, nunca me senti só. É claro, eu teria pago para ver o Homem-Aranha entrar pela janela. Por isso, decidi me tornar um para as crianças que sofrem.
Conte-nos esta cena: você entra no quarto das crianças e como elas reagem?
Mattia: As reações são as mais variadas. Geralmente, há surpresa e sorrisos, crianças que choram de felicidade e que correm para me abraçar. Acho que não há nada mais bonito do que isso. O que eu faço nos hospitais e também nas associações para crianças deficientes, isso é vida para mim.
Você se coloca na pele de um super-herói, porém, em mais de uma ocasião, disse que os verdadeiros super-heróis são as crianças que você encontra…
Mattia: Eu confirmo. Eu me considero apenas um jovem com uma fantasia bonita. Os verdadeiros super-heróis eu os encontro nessas repartições onde cada um combate diariamente sua própria batalha. Essas crianças e suas famílias são os verdadeiros heróis.
Fonte: Amedeo Lomonaco/Mariangela Jaguraba – Vatican News
Fotos: Vatican Media
Source: Diocese