Homilia da missa diocesana de Santo André Apóstolo, Matriz de Santo André 30.11.2023 – Dom Pedro Carlos Cipollini
Leitura: Rm 10,9-18
Salmo: 18 (19A)
Evangelho: Mt 4, 18-22
Hoje, celebramos a festa de Santo André, irmão de Simão Pedro, amigo de João e Tiago. O Evangelho que ouvimos narra o chamado destes quatro apóstolos junto ao Mar da Galileia. Entre eles o primeiro é André (protocletos). Santo André ouviu o chamado de Jesus, teve fé, deixou tudo e seguiu Jesus.
No dia em que celebramos Santo André, Apóstolo, a liturgia destaca a importância da pregação, do anúncio da Palavra. Foi para isso que os apóstolos foram chamados e enviados. É para isso que nós, discípulos-missionários, somos chamados. Jesus vem ao encontro, vê, chama e envia para a missão. Qual sua resposta?
A fé é a resposta que Deus quer de nós, quando escutamos sua Palavra. Escutar a Palavra tem consequências e uma delas é fazer de nós discípulos-missionários de Jesus, comprometidos com a implantação do Reino. Santo André respondeu com rapidez e intensidade. Foi generoso no seu sim!
A humanidade tem fome da Palavra de Deus. Nada na vida pode ter consistência, satisfazer-nos de verdade, se não nos alimentarmos da Palavra de Deus que é alimento nutritivo e luz para nosso caminhar, mas também nos faz exigências. Só a Palavra de Deus pode criar a verdadeira fraternidade que todos desejamos.
A Palavra é o meio de comunicação entre Deus e a humanidade. O apóstolo é o intermediário: “Quem vos ouve a mim ouve!”. Só quem acolhe e anuncia a Palavra de Deus pode ser chamado apóstolo.
Celebrar a festa de um apóstolo é celebrar os primeiros que ouviram Jesus e o seguiram, entre eles destaca-se Santo André, patrono de nossa Diocese. André era pescador como seu irmão Pedro. Ambos são chamados no local de trabalho. Deus chama em qualquer lugar, a qualquer momento!
Sabemos que a pescaria tem seus riscos, dificuldades e perigos…também frustrações. Por isso saberão bem, estes pescadores de peixes, quando feitos “pescadores de homens”, viver e superar todos os percalços que a missão evangelizadora comporta. Nem tudo dá certo, nem tudo é satisfatório, mas o que importa é a perseverança no sim.
Os apóstolos são chamados a tirar os homens das profundezas das águas do mar, lugar de incertezas, assim como tiram os peixes. Somente que: para os peixes as profundezas das águas do mar são boas, mas para os homens é mortal.
Tudo começa com Jesus, que vem ao encontro caminhando até eles para chamá-los, e termina com os apóstolos que seguem Jesus, caminhando atrás dele, juntando-se a ele para buscar o que estava perdido.
André e Pedro estavam pescando e são chamados a missão que assumem imediatamente. Tiago e João estavam concertando as redes. É possível ver nas duas situações em que os discípulos foram chamados, a dupla revelação da missão da Igreja: Acolhida e Missão.
Os dois primeiros estavam lançando as redes. É a missão. Os dois outros estavam consertando as redes. É a acolhida. Na Igreja é preciso ter aqueles que lançam as redes indo em missão, mas é necessário também os que ficam estruturando o trabalho pastoral.
Os apóstolos nos ensinam a deixar nossos barcos, nossas seguranças, aquilo que temos de mais importante para seguir Jesus. Se queremos um mundo novo devemos, como Santo André, aprender a ouvir a voz de Deus que nos convoca e nos envia.
Os Evangelhos vão mostrar que Santo André atua nas duas frentes de trabalho. Como missionário começa levando seu irmão Pedro até Jesus (Jo 1,41-42), na acolhida ele acolhe as pessoas de cultura pagã que desejam conhecer Jesus e os apresenta a Ele (Jo 12,22).
Nossa Diocese, seguindo as pegadas de seu padroeiro, está empenhada no trabalho pastoral na perspectiva da acolhida e missão. São os dois trilhos escolhidos pelo nosso Primeiro Sínodo Diocesano, pelos quais vai passando a locomotiva de nossa pastoral diocesana. A colaboração de todos é importante. Ninguém deve ficar de fora. Somos uma família.
Jesus vai passando, olhando você e chamando, para poder enviar cada um. O chamado dirigido a todos é para participar e perseverar. Jesus espera nosso sim e deposita esperança em nossa ação missionária.
Parabenizo todo nosso clero, os leigos e leigas, religiosos e religiosas, que neste ano abrilhantaram a novena diocesana de nosso padroeiro, vindo até aqui nesta igreja celebrar cada dia uma Região de nossa Diocese. Foi muito bonito e ajudou a divulgar a devoção a Santo André.
Este santo para nós é inspiração e exemplo. É um padroeiro à altura de nossa Diocese dinâmica na missão, acolhedora na solidariedade fraterna.
Sejamos também uma Igreja à altura de nosso querido padroeiro que certamente intercede por nós para que nossa Igreja seja cada dia mais fiel a Jesus e mais parecida com nosso Salvador.
Amém.
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