MISSA DE ABERTURA DO ANO JUBILAR DA DIOCESE DE SANTO ANDRÉ
Catedral Nossa Senhora do Carmo – 22/07/2023
Homilia de Dom Pedro Carlos Cipollini (2Cor5,14-17; Jo 20,1-2, 11-18)
Estimados irmãos e irmãs aqui presente e os que nos seguem pelas redes sociais. A todos nossa gratidão, por terem vindo participar da alegria de nossa Igreja Diocesana de Santo André. Na pessoa do Padre Joel Nery, Vigário Geral e pároco da Catedral e do Padre José Aparecido Cassiano, Pároco de Nossa Sra. das Vitórias em Mauá e Coordenador da Pastoral Presbiteral, saúdo todos os senhores padres, os diocesano e os religiosos. Saúdo os srs. Diáconos, as religiosas, seminaristas e todos os que servem em algum ministério em nossas 106 paróquias e 255 comunidades. Com satisfação saúdo a honrosa presença dos sr. prefeito de Diadema Sr. José de Filipe Jr. e em sua pessoa saúdo todas as autoridades presentes.
Em primeiro lugar precisamos contemplar a Palavra de Deus aqui proclamada, relacionando-a com o mistério eucarístico que celebramos, e com a efeméride que comemoramos.
Na primeira leitura São Paulo escreve que o amor de Cristo nos impele. Que amor é este? É uma vida entregue a Deus e aos irmãos, servindo até à morte numa cruz! De fato, Jesus disse que veio para servir e não ser servido. Isto é determinante. Ao longo da história, todos os fiéis participam desta morte de Cristo através do batismo. Assim, devem confirmar a atitude de Jesus Cristo, pelo seu modo de vida, pelo seu testemunho de amor serviço. E é desta maneira que nos tornamos “novas criaturas”. Emigrando da terra do egoísmo/pecado, para a terra do amor-serviço/graça.
Completam-se os 69 anos da criação de nossa Diocese e Iniciamos hoje o ano jubilar de comemoração dos seus 70 anos. Qual a finalidade da Igreja? Ser testemunha de Jesus no mundo, testemunha de seu modo de ser. Tudo na Igreja se refere a Jesus Cristo e dele deriva. A Igreja de Santo André ao longo do tempo tem caminhado na certeza desta presença maravilhosa: Cristo no meio de nós! Somos novas criaturas para fazer novas todas as coisas. Mundo novo, Reinado de Deus. É notável como o lema episcopal dos bispos de Santo André indicam esta direção: “Fazer tudo em Cristo, para sermos todos irmãos e termos a vida pois sem Ele nada podemos fazer, façamos, pois, tudo em nome de Jesus”.
O Evangelho proclamado nos mostra Maria Madalena que esteve no Calvário e vai ao túmulo para chorar Jesus. Aqui ela é imagem da fidelidade e solidariedade com um pobre sofredor injustiçado. Ao mesmo tempo, ela encontra-se com o Cristo Ressuscitado, que lhe dá a missão de anunciar sua vitoriosa ressureição, nada menos do que para os próprios apóstolos.
Podemos dizer que Maria Madalena é aqui a imagem do que a Igreja deve ser: discípula fiel e solidária a Cristo nos pobre e sofredores deste mundo, acolhendo-os com amor e ajudando-os. Ao mesmo tempo a Igreja deve ser missionária e anunciadora deste mundo novo, feito de novas criaturas que acreditam em Cristo Vivo, vencedor, presente no meio de nós, professando a fé que Maria Madalena professou neste encontro com Cristo ressuscitado, chamando-o de Rabune (mestre divino), forma diversa de Rabi (mestre).
A diocese de Santo André tem sido esta discípula fiel, que ouve e prega a palavra, missionária incansável sempre no meio do povo com seus padres “com cheiro de ovelhas”, humildes trabalhadores da vinha do Senhor com mãos ungidas para abençoar.
A Diocese de Santo André inicia hoje as comemorações de seu Jubileu dos setenta anos, que se dará o ano próximo na mesma data. Jubileu vem de júbilo, um termo hebreu relativo á corneta que anunciava o “ano da graça do Senhor” (cf. Lv 25,8-17). Do ano jubilar dos judeus, deriva o estabelecimento na Igreja Celebrar um jubileu, que é celebrar a alegria que se apresenta com sentimento de gratidão e partilha. “Júbilo e amor, são as asas dos grandes feitos”, diz o poeta (Goethe).
Celebra-se neste jubileu tudo aquilo de bom que Deus permitiu fosse realizado pela Diocese de Santo André, nestes anos, e não foi pouca coisa. O livro escrito por vários autores, editado para esta ocasião e que será lançado logo mais, recolhe uma trajetória repleta de entusiasmo pela evangelização e pela promoção humana.
Em 1553 João Ramalho funda a Vila de Santo André da Borda do Campo. Chegam os jesuítas, indo mais adiante fundam o Colégio da Vila de Piratininga (futura S. Paulo). Desde esta época a Igreja Católica se estabeleceu nesta região que viria a ser o Grande ABC. Ainda estão de pé duas capelas que testemunham a presença da Igreja nestes primórdios: Capela Santa Cruz e S. Sebastião (1611) em Ribeirão Pires e Nossa Senhora do Pilar (1714) em Ribeirão Pires.
Na linha do tempo, ao longo da história a Igreja foi crescendo e se espalhando por toda a região, formada nas periferias pela fé dos migrantes. A Igreja como mãe amorosa esteve presente todo este tempo, reunindo, confortando, curando, acolhendo, evangelizando, matando a fome do povo, fome de Deus e fome de pão. Nossa Igreja diocesana, na pessoa de seus padres e leigos comprometidos foi realmente uma boa samaritana nesta Região.
Na década de 50, a população do ABC contava com 320.000 habitantes e prometia crescer mais. Com isso, a Diocese de São Paulo Precisava ser dividida para surgir a nova Diocese de Santo André. Ela foi criada pelo Papa Pio XII em 22 de julho de 1954.
Neste momento permitam-me agradecer a todos os que fizeram e os que fazem parte de nossa Diocese, os que a ajudaram no passado e os que ajudam a cumprir sua missão. Gratidão ao nosso Clero generoso. Gratidão ao Vigário geral, os vigários episcopais, o padre ecônomo e procurador da diocese, aos membros do Colégio de Consultores, os membros do Conselho de Presbíteros e do Conselho Econômico Diocesano. Não posso deixar de agradecer os padres gestores da Cúria e o Moderador da Cúria Diocesana que ajudam o Bispo na gerência da Diocese nos seus vários âmbitos e também os membros do Tribunal Eclesiástico, e tantos outros irmãos e irmãs. Gratidão!
A trajetória de nossa Diocese, sempre caminhando junto com a grande e generosa população do Grande ABC, é bastante conhecida pelo seu dinamismo evangelizador seu empenho pela justiça em favor dos pobres e humildes.
Não podia terminar esta homilia sem pedir licença para ler o que foi escrito no jornal Diário do Povo dia 19/07 passado na sessão Palavra do Leitor pg. 2). Não conheço a pessoa que escreveu, mas achei de uma grandeza de alma que pode bem expressar o sentimento de muitos membros da população do nosso Grande ABC.
Convidamos a todos para se juntarem a nós, neste hino de louvor e gratidão que cantamos unidos, na alegria de evangelizar.
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