A Diocese de Santo André iniciou dia 22 de julho as comemorações de seu Jubileu dos setenta anos, que se dará o ano próximo na mesma data. Jubileu vem de júbilo, um termo hebreu relativo à corneta que anunciava o “ano da graça do Senhor” (cf. Lv 25,8-17). Do ano jubilar dos judeus, deriva o estabelecimento na Igreja de anos santos jubilares. Celebrar um jubileu é celebrar a alegria que se anuncia com sentimento de gratidão e partilha. Como sentenciava o poeta Johann Goethe: “Júbilo e amor, são as asas dos grandes feitos”.
Celebra-se neste jubileu tudo aquilo de bom que Deus permitiu que fosse realizado pela Diocese de Santo André, nestes setenta anos de sua existência, e não foi pouca coisa. O livro escrito por vários autores, editado para esta ocasião e apenas lançado: “Diocese de Santo André: história de Acolhida e missão”, nas suas quase duzentas páginas, recolhe uma trajetória repleta de entusiasmo pela evangelização e pela promoção humana.
Mas o que vem a ser uma diocese? É a porção do Povo de Deus, na totalidade da Igreja espalhada em todo o universo, que se confia a um Bispo, para que a apascente com a colaboração de seus padres, que formam o Presbitério. Na Diocese está e opera a Igreja de Cristo, una, santa, católica e apostólica, ensina-nos o Concílio Vaticano II.
Unidos pelo batismo, os católicos desejam evangelizar e celebrar os sacramentos da fé, em especial a Eucaristia que é fonte de vida espiritual e solidária. Anunciar o reinado de Deus misericordioso, manifestado em Jesus Cristo, reinado de justiça e paz, é sempre a missão da Igreja: fazer a Palavra de Deus chegar a todos.
Em 1553 João Ramalho funda a Vila de Santo André da Borda do Campo. Chegam os jesuítas liderados pelo Padre Manoel da Nóbrega e José de Anchieta que, indo mais adiante fundam o Colégio da Vila de Piratininga (futura São Paulo). Desde esta época a Igreja Católica se estabeleceu nesta região que viria a ser o Grande ABC.
Ainda estão de pé duas capelas que testemunham a presença da Igreja nestes primórdios: Capela Santa Cruz e São Sebastião (1611), em Ribeirão Pires, e Nossa Senhora do Pilar (1714), em Ribeirão Pires. Na linha do tempo, ao longo da história, a Igreja foi crescendo e se espalhando por toda a região, formada nas periferias pela fé dos migrantes.
Na década de 50, a população do ABC contava com 320.000 habitantes e prometia crescer mais. Com isso, a Diocese de São Paulo Precisava ser dividida para surgir a nova Diocese de Santo André. Ela foi criada pelo Papa Pio XII em 22 de julho de 1954. Surtiu efeito o projeto do Bispo de São Paulo, Cardeal Carlos Carmelo Motta, que criou a Comissão Pró-Bispado de Santo André.
No Decreto (Bula) de criação o Papa escreveu: “Com efeito muitos imigrantes demandam à região suburbana da cidade de São Paulo, para aí trabalhar, e como, a Igreja vê aumentar, a cada dia, o número e a frequência dos cidadãos, é de todo necessário que se atenda mais adequadamente o bem das almas”.
A trajetória de nossa Diocese, sempre caminhando junto com a grande e generosa população do Grande ABC, é bastante conhecida pelo seu dinamismo evangelizador seu empenho pela justiça em favor dos pobres e humildes.
Convidamos a todos para se juntarem a nós, neste hino de alegria e gratidão que cantamos unidos, na alegria de evangelizar.
* Dom Pedro Carlos Cipollini, Bispo de Santo André
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