Jubilosos na busca do ser missionários e acolhedores
Celebrar o Jubileu de Diamante (60 anos) da Paróquia Bom Jesus é agradecer os dons de Deus nessa caminhada. Relembrar aqueles que aqui plantaram a comunidade, desde a Capela Bom Jesus da Pedra Fria e fortalecer a comunhão e a participação hoje e deixar um exemplo de vida cristã às gerações futuras.
Esta data é um testemunho da perseverança no amor de Cristo que nos uniu e une a cada dia: “até aqui nos conduziu o Senhor” (1Samuel 7,12). Revela também que a missão da comunidade paroquial é dar testemunho de Jesus em cada ano que Deus a permitir existir. Mas ela pode se perguntar: Como damos este testemunho?
Junto com toda Igreja Diocesana, a partir de nosso Sínodo afirmamos: Sendo comunidade de discípulos: missionários e acolhedores. Uma comunidade paroquial que ama o Bom Jesus não pode ficar acomodada e deixar de abraçar o novo de Deus. É sempre contente com as vitórias do passado, mas deve lançar as redes em águas mais profundas. Ir ao encontro dos irmãos e irmãs, em especial os últimos, que esperam por alguém que os ilumine com o pão da Palavra de Deus e os gestos de solidariedade e partilha que ela nos inspira.
Neste sentido, faz parte do “ser” humano reservar tempos especiais para celebrar. Somos chamados a viver plenamente cada momento e não apenas a passar pela vida ou pela história. Celebrar o Jubileu é agradecer a Deus pelo tempo de graça que Ele generosamente nos dá. Não fazemos história sozinhos, o Senhor está sempre conosco, vai à nossa frente!
Os jubileus são datas marcantes e comemorativas indicando o congraçamento, a alegria. A palavra jubileu vem do hebraico, yovel. Refere-se ao carneiro, cujo chifre foi usado como trombeta para anunciar o ano festivo. Alguns estudiosos afirmam que yovel viria do verbo hebraico “trazer de volta”, pois nos jubileus bíblicos os escravos voltavam a seu estado anterior de liberdade, não sendo mais servos de homens e sim apenas do Criador; e os terrenos também voltavam aos proprietários originais.
O tempo de jubileu é um momento privilegiado da comemoração do acontecimento fundador (lembramos a fundação da nossa história com Deus, a história da nossa paróquia), mas é momento igualmente do kairos, tempo de Deus, com Deus e para Deus, de modo renovado. É uma ocasião destinada a nos comprometermos com o tempo presente. Esta resposta damos a Deus, voltamo-nos para Deus, mas respondemos igualmente à responsabilidade para com os irmãos. O jubileu é um presente, um dom do tempo.
Neste espírito acolhedor e missionário, como Igreja paroquial jubilar, rendemos graças a Deus por tantos agentes de pastoral que colaboram na paróquia e em outras estruturas: regional e diocesana, em tantas atividades evangelizadoras. Mas também tanta generosidade desta paróquia que envia operários para todos os campos da messe, famílias, clérigos, religiosas. Como bispo gostaria de agradecer também a esta paróquia que entende a necessidade da Igreja Diocesana que, há alguns bons anos, solicita de seus párocos, junto com a missão da paróquia a reitoria do seminário diocesano. Deus ama quem é generoso no viver e no servir!
Hoje a paróquia, como parcela de nossa Diocese de Santo André, pode fazer a renovação de sua dedicação a Deus que lhe diz: “Sereis meu povo e eu serei vosso Deus” (Ex 6,7). E assim conduzir a muitos mais a beber dessa água, e quem dela bebe, nunca se esquece.
Viveremos em júbilo, com a alegria que vem do Evangelho, honrando a nossa história através do Senhor da história, o Salvador, Jesus manso e humilde de coração que tanto fez, faz e fará por nós e nossa comunidade paroquial.
Desejo, como pai e pastor, que as bênçãos de Deus neste jubileu se façam presentes e preanunciem bons frutos para o Reino de Deus.
+ Dom Pedro Carlos Cipollini
Bispo Diocesano de Santo André