Segunda-feira, 5 de junho, foi celebrado o “Dia Mundial do Meio Ambiente”. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas, mais especificamente pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em 1974. Para marcar a data e mobilizar a sociedade para a importância da conservação dos ecossistemas naturais e de todos os seres vivos foi criado o Junho verde, uma campanha que institui a celebração do mês temático como parte das atividades educativas na relação com o meio ambiente.
Esse projeto foi proposto ao Congresso Nacional pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e virou lei. Com o número 14.393/2022, a lei altera a Política Nacional de Educação Ambiental e segundo o texto sancionado, tem como objetivo “desenvolver o entendimento da população acerca da importância da conservação dos ecossistemas naturais e de todos os seres vivos e do controle da poluição e da degradação dos recursos naturais, para as presentes e futuras gerações”.
Por que a Igreja se preocupa com o meio ambiente? Porque a Natureza, toda a criação, é obra de Deus. Deus quer que o ser humano habite a terra sendo feliz nela, que não a destrua. E fazer que a vontade de Deus seja respeitada é tarefa das pessoas de fé, da Igreja. E mais ainda, defender a vida.
A lei federal amplia a responsabilidade do poder público federal, estadual, distrital e municipal, que deve trabalhar em parceria com escolas, universidades, entidades religiosas, empresas, comunidades tradicionais, populações indígenas e outros segmentos para uma necessária reação: urge consolidar novos estilos de vida, em contraponto às ações e opções predatórias em relação ao meio ambiente.
A união de todos é fundamental para que seja alcançada a inadiável meta de controlar a poluição e a degradação dos recursos naturais. A campanha traz o conceito de ecologia integral, que sublinha o indissociável vínculo entre a dimensão social e os diferentes desafios ambientais
Evoca-se a importância de lutar para que sejam efetivadas políticas públicas e legislações capazes de barrar a voracidade do extrativismo e enfrentar a hegemonia da lógica do lucro a todo custo. Esse extrativismo e essa lógica do lucro deixam consequências terríveis, de destruição e morte. Por isso, a sociedade precisa investir na consolidação de posturas coerentes com a salvaguarda do meio ambiente, sob pena de sofrer, de modo cada vez mais grave, as consequências de crimes ambientais, que tiram vidas.
A Campanha Junho Verde é, pois, uma iniciativa educativa e política de especial importância, convocando todos para a adoção de um novo estilo de vida, capaz de preservar a casa comum.
Tenha-se presente a afirmação do Papa Francisco, em referência ao planeta Terra: “Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou”. A pauta da ecologia integral não pode ser simplesmente bandeira da militância política e ambiental. Deve ser compromisso também vinculado à autêntica vivência da espiritualidade, pois quem professa a fé cristã deve reagir a tudo que leva à deterioração humana e social”.
Nesse sentido, a Campanha Junho Verde afirma que a atual crise ecológica tem raiz humana e cabe a nós revertê-la.
* Dom Pedro Carlos Cipollini, Bispo diocesano de Santo André
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