Ao vivenciarmos este mês das missões, faz-se necessário reforçar o foco pastoral prioritário traçado em nosso 1º Sínodo Diocesano, algo que foi refletido e escolhido através da participação de todo povo de Deus durante as etapas sinodais. Acolhida e missão, duas palavras bem presentes na mente e na prática pastoral dos membros de nossa Igreja particular de Santo André nos últimos anos.
É válido refletir que as duas palavras norteadoras do nosso agir diocesano, acolhida e missão, não foram escolhidas somente por sua importância ou por fazer parte da essência do ser Igreja, mas pelo fato de estarem em defasagem/crise em nossa ação evangelizadora. A Igreja sempre passou por desafios ao longo da história; e em cada contexto específico foi preciso avaliar, refletir e, caso necessário, dar um novo posicionamento às questões de seu tempo, tanto aos fiéis quanto ao âmbito extra eclesial. Em nossa Igreja articular o nosso esforço evangelizador nos pontos fundamentais do contexto em que estamos, de modo a traçar um plano pastoral que dê um rosto vivo à Igreja e que seja assumido com alegria por todos.
Deste modo, não podemos nos esquecer de que somos membros do Corpo Místico de Cristo, ou seja, algo que não se limita, não se fecha num pequeno grupo que pensa em si mesmo ou que acredita ter sido atingido pela graça de Deus e se acomoda na multiplicação dos dons (cf. Jo 6,1-15). A dimensão da missão está presente para nos acordar de nosso sono profundo chamado
“comodismo”. Precisamos multiplicar e repartir o que Ele nos deu, colocar-nos a serviço do outro, uma vez que, ao não usarmos o dom recebido, quando não colocamos a graça em prática ou quando nos esquecemos da importância que temos na propagação do Reino na vida dos irmãos, ficamos “atrofiados” dentro de nós. Não podemos deixar de expressar no cotidiano a alegria de ser Igreja, como enfatiza o Papa Francisco, uma Igreja que está em saída, capaz de ir ao encontro dos mais necessitados do amor de Deus,
no entusiasmo de propagar a vida nova que se dá no seguimento de Cristo.
A dimensão da acolhida nos desperta do sono profundo chamado “egoísmo”. Precisamos denunciar os males de nossa cultura, que está tão acostumada a fazer a experiência da “expulsão do outro”, que se vê pensando em si a todo momento e se esquece que ao nosso lado há sempre um irmão nosso que compartilha do dom da vida conosco. A dimensão do ser Igreja nos traz a ciência de acolher a todos (cf. Mt 25, 31-46), pois o próprio Cristo habita o âmago de cada ser humano e deseja a sua salvação.
Peçamos ao Senhor a graça de viver as dimensões da acolhida e missão em nosso cotidiano, participando do Reino de Deus em nossa Igreja particular de Santo André.
* Artigo por Joel dos Santos Machado
Seminarista Diocesano
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