Tempo de recomeçar, projetos a serem realizados, propostas que brotam do compromisso batismal e nos impulsionam para servir. O Ano Novo já vai avançando, e com alegria, a comunidade vai celebrando a cada dia a graça do reencontro.
A expectativa de muitos na comunidade é darmos novos passos no processo de retomada das atividades pastorais. O entusiasmo, que é marca de nossa comunidade, vai crescendo e nos fortalecendo neste propósito de reabertura. Porém, ainda estamos numa “pandemia”, devemos estar atentos às medidas de segurança e cuidados sanitários, somente assim, estaremos nos preparando para uma convivência saudável e promissora. Com saúde e responsabilidade, queremos ser sinais de vida e esperança.
A realidade social, cada vez mais, apresenta-se desafiadora. O nosso olhar deve estar atento aos apelos que nos cercam. A saúde, a educação, as condições habitacionais, o desemprego clamam por transformações. É hora de avançarmos na busca de medidas que nos ajudem neste enfrentamento. Vivemos numa sociedade desigual, marcadamente ferida pelas injustiças sociais e ainda muito pouco participativa, poucos têm o poder de decisões. As falácias e promessas dos nossos governantes já não mais nos impressionam, pelo contrário, provocam indignação e desconfiança.
Como Igreja que somos, não podemos desanimar e nos calar frente a esta dura realidade. Estejamos atentos às boas oportunidades de formação e propostas de diálogo e que nos ajudam na busca de melhorias para a comunidade e por uma “nova sociedade”. É na vida comunitária que encontramos motivações sempre novas, fortalecidos pela fé. “Sede firmes e inabaláveis, empenhando-vos cada vez mais na obra do Senhor”. (1Cor 15,58) Somos uma Igreja sempre aberta para o acolhimento e a partilha.
Teremos uma boa oportunidade de estudo e reflexão, nos empenhando na realização da Campanha da Fraternidade, cuja temática, esse ano, é a Educação. O lema é sugestivo: “Fala com sabedoria, ensina com amor” (cf. Pr 31,26). Pensar na educação formal é responsabilidade primordial dos gestores públicos, porém não podemos admitir uma “pseudo educação”, nossas crianças, adolescentes, jovens e adultos merecem dignas condições e oportunidades para fazer brotar os seus dons e talentos, além disso, fortalecer e estimular a educação permanente, as manifestações culturais e valores sociais que brotam da vida em comunidade. Quantas histórias, quanta vida a ser celebrada e contada! Na informalidade vamos educando para o diálogo, a não discriminação, a partilha e a construção de um mundo alicerçado na paz. Enfim, é hora de estarmos todos empenhados pela Educação.
Com alegria e esperança, estamos vendo brotar as “Comunidades Eclesiais Missionárias”, é a Igreja em saída. Queremos fortalecer a vivência eclesial nos grupos familiares ou afins, tais como grupos de professores, profissionais da saúde, jovens, crianças que se reúnem nas famílias, para acolher a “Palavra de Deus”, ler a “Palavra da Vida” e rezar juntos, buscando um caminho de vida nova.
Em comunhão com o Papa Francisco, que nos chama para participarmos do Sínodo dos Bispos, que irá acontecer em 2023, estamos nos preparando para ouvir a manifestação das pessoas da comunidade paroquial. A sinodalidade permite que todo o povo de Deus caminhe em conjunto escutando o Espírito Santo e a Palavra de Deus, para participar na missão da Igreja, na comunhão que Cristo estabelece entre nós. Chegou o momento de as pessoas expressarem os sentimentos, anseios e propor caminhos que possam proporcionar oportunidades para todo o povo de Deus discernir em conjunto como progredir no caminho para ser uma Igreja mais participativa (sinodal) a longo prazo. (Documento Preparatório para o Sínodo, p.7).
Portanto, na alegria e na paz, implorando a intercessão de Maria a Mãe da Esperança, envio-lhes especiais bênçãos.
Pe. Roberto Alves Marangon “o menor entre vós”
Pároco