Esta missa deve ser celebrada pela noite em um horário que consiga contemplar a máxima participação dos fiéis. Nela, os padres podem concelebrar mesmo que já tenham concelebrado a missa do Crisma pela manhã. Por motivos de necessidade e com a permissão do bispo diocesano esta missa poderá ser celebrada pela tarde e, por causas muito necessárias, pela manhã, mas somente para os que verdadeiramente não possam participar da missa vespertina[1].
Nesta missa o sacrário deverá estar vazio. Toda a comunhão a ser distribuída na própria quinta e na sexta-feira deve ser consagrada na própria celebração[2].
Nesta missa, por ser solene, diz-se o Glória e, enquanto é entoado, pode-se tocar os sinos da igreja. Os sinos, porém, deverão permanecer silenciosos até o Glória da Vigília Pascal, quando poderão ser tocados novamente[3].
Há aqui uma novidade para os músicos. Diz a nova rubrica: “No mesmo período [da Missa vespertina na ceia do Senhor até a vigília Pascal], o órgão e os outros instrumentos musicais podem ser utilizados somente para sustentar o canto”[4]. Dessa forma, entende-se que o canto durante a sexta feira deve ser mais suave, isto é, que se evite instrumentos em excesso, volume alto e percussões. Vale recordar que o Missal Romano traz, ao longo dos formulários, as letras dos cantos litúrgicos a serem executados nesta e em todas as outras celebrações, de forma a favorecer o verdadeiro sentido dos ritos.
Após a homilia dá-se lugar ao rito do “lava-pés”[5], e aqui vai uma outra curiosidade. A própria terceira edição típica do missal romano dizia que apenas homens poderiam ser escolhidos para participarem do rito. No entanto, o próprio papa Francisco, em 2015, já havia solicitado para o então prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Robert Sarah, que alterasse as rubricas que dizem respeito à escolha apenas de homens. O Papa queria que os pastores da Igreja pudessem escolher os membros dentre todo o povo de Deus, de modo que participassem pessoas doentes, consagrados, crianças e, também, mulheres.[6] Dessa forma, em seis de janeiro de dois mil e dezesseis (06/01/2016), a mesma congregação promulga um decreto que contempla a vontade do papa.
Com isso, a nova tradução do missal para o Brasil já contém em si esta mudança na rubrica, de modo que qualquer membro do povo de Deus pode ser escolhido para o lava-pés[7].
O prefácio será sempre da Santíssima Eucaristia I [8]. Quando, nesta celebração, se propõe a oração eucarística I ela é própria, e se encontra no próprio formulário da Missa na ceia do Senhor[9].
Distribuída a comunhão todas as partículas consagradas que restam sejam colocadas em uma âmbula sobre o altar[10].
Após a Oração depois da comunhão tem-se o translado do Santíssimo Sacramento. Terminada a oração, o sacerdote, de pé, depõe incenso no turíbulo e, de joelhos, incensa o Santíssimo Sacramento; por isso, seria conveniente separar um genuflexório. Depois, recebe o véu umeral e cobre a âmbula com uma de suas extremidades. A procissão de transladação tem a seguinte ordem: cruz ladeada por castiçais; velas acesas – se houver; turíbulo; sacerdote com santíssimo sob o pálio; povo[11]. Quando a procissão chegar ao local da reposição o sacerdote deposita a âmbula no sacrário – se houver; começa, então, o Tão Sublime; enquanto se entoa o canto o sacerdote, de pé, depõe incenso no turíbulo, se ajoelha, incensa três vezes o Santíssimo Sacramento; em seguida, o diácono ou o próprio sacerdote fecha a porta do sacrário[12].
Depois de oração silenciosa, padre e demais ministros retornam à sacristia[13].
Retiram-se tanto as toalhas do altar quanto as cruzes da Igreja. Mas, as cruzes que não podem ser retiradas, que sejam cobertas[14].
É importante ressaltar que nesse dia não se faz adoração ao Santíssimo Sacramento, mas vigílias de oração. O ostensório não deve ser utilizado, mas apenas a âmbula dentro do sacrário, que deve estar com as portas fechadas.
[1] Ibid, nº 1-3, p. 246
[2] Ibid, nº 5 p. 246
[3] Ibid, nº 7 p. 246
[4] Ibid, nº 7, pg. 246
[5] Ibid, nº 10, p. 247
[6] Cf. https://www.acidigital.com/noticia/30149/papa-francisco-estabelece-uma-mudanca-no-rito-do-lava-pes-da-quinta-feira-santa
[7] Cf. MR, nº11, p. 247
[8] Ibid, nº16, p. 249
[9] Ibid, pp. 249 – 254
[10] Ibid, nº 35, p. 255
[11] Ibid, nº 37-38, p. 255
[12] Ibid, nº 39, p. 256
[13] Ibid, nº 40, p. 256
[14] Ibid, nº 40, p. 256
Artigo escrito pelo Seminarista Breno de Oliveira Santos
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