“O que podemos pedir a Deus, em primeiro lugar, luzes para que nós valorizemos e lutemos por uma sociedade mais justa e fraterna, onde a educação seja valorizada.”
A mensagem enfatizada pelo assessor diocesano da Pastoral da Educação, Pe. Romeu Leite Izidório, durante a Santa Missa em Ação de Graças pelo Dia dos Professores, celebrada na noite de sexta-feira (15/10), na Paróquia Santíssima Virgem, no Jardim do Mar (Região São Bernardo – Rudge Ramos), aponta para a valorização dos profissionais da educação como base para a boa formação dos seres humanos. Cerca de 500 pessoas acompanharam a transmissão ao vivo pelas mídias sociais.
“Quando a educação for valorizada, o educador também será. E exigirmos dos poderes públicos, daqueles que têm responsabilidade social, de que modifiquem essa situação. Caso contrário viveremos cada vez mais essa maluquice, negacionismo, falta de crença no amanhã. Tudo isso é fruto de uma educação ao contrário”, alerta. Pe. Romeu, que presidiu a missa, relembra uma história contada pelo educador Rubem Alves (1933-2014), que dizia sobre uma história italiana de um boneco de madeira que um dia se tornou menino. “Quando a educação não é bem feita, nós pegamos meninos e transformamos em bonecos de madeira. Vemos hoje no Brasil, balanços de madeira à frente de instituições, de cargos importantes, e temos que pedir a Deus que nos ilumine para mudarmos essa situação”, reflete.
Coordenador diocesano da Pastoral da Educação, o diácono Renan Evangelista Silva auxiliou na celebração, que contou com a participação de educadores e fiéis da região do Grande ABC.
Mais valorização dos profissionais da educação
Coordenador da Pastoral Presbiteral e assessor da Pastoral da Educação, Pe. Romeu Leite Izidório também é professor há quase três décadas e leciona atualmente na área de Teologia, com ênfase em Teologia Bíblica. Ele cita que a profissão mais antiga na história da humanidade é a do educador e questiona porque a educação e os profissionais da área do ensino ainda são desvalorizados nos tempos atuais. “Seria muito fácil colocarmos a culpa nos conglomerados, nos governos. Eles também são culpados, mas de verdade, se tem algo que está faltando é de nós. Sabemos falar porque somos educados, nós sabemos as coisas porque fomos educados, seja formalmente, seja informalmente, todos nós já passamos pela mão e continuamos passando pelas mãos de educadores, e enquanto nós não valorizarmos isso, como é que vamos exigir dos outros”, indaga Pe. Romeu.
Santa Tereza D’Ávila, referência para os professores
Pe. Romeu também recordou a vocação de Santa Tereza D’Ávila, padroeira dos professores e grande educadora celebrada no dia 15 de outubro, que nos momentos difíceis teve que agir com veemência, porque colocou em primeiro lugar, aquilo que é a transmissão do conhecimento. “Nos seus livros observamos que não foi tão fácil, porque afinal de contas, já naquela época, no século XVI, tínhamos dificuldades em aceitar a graça que passa através do educador, através do professor”, sintetiza.
A descoberta da vocação
Trabalhando há 15 anos na educação pública, Bruna Pereira de Matos, 33 anos, teve a oportunidade neste ano de se tornar coordenadora pedagógica na rede pública da capital paulista, e como qualquer outra mudança a fez revisitar os seus princípios. “Isso me faz lembrar da minha decisão. Ser professor é uma decisão, uma escolha. Não pode ser um acaso. Ninguém se torna professor do nada”, garante. Segundo Bruna, uma das razões que motivaram essa escolha de ser professora foi justamente o contato com as crianças pequenas. “Me apaixonei, nessa relação humildade de você saber o que é acolher uma criança pequena, apresentar o mundo a essa criança. Então, acredito que esse foi o meu encontro com a vocação, de saber que são para essas crianças que a gente mostra o mundo, oportuniza situações de aprendizado, um ambiente seguro, onde sente esse cuidado”, conta a profissional da área da educação, sobre o seu maior encontro com a educação e o que a faz continuar motivada neste caminho. “Sendo coordenadora pedagógica, coordenando e formando professores, essa motivação é o porquê estão ali com as crianças”, complementa.
Curso do Enem
Um momento especial será a realização novamente do Curso Preparatório Gratuito para alunos e alunas que prestarão o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2021. As provas serão aplicadas nos dias 21 e 28 de novembro. Pelo quinto ano consecutivo, o curso será promovido pela Diocese de Santo André, por meio da Pastoral da Educação. As aulas serão disponibilizadas pela mídia diocesana YouTube.
Campanha da Fraternidade e Pacto Educativo Global
Coordenador da Pastoral da Educação e Ensino Religioso, diácono Renan Evangelista Silva, adianta que 2022 será um ano de constante reflexão para a educação. “Teremos dois grandes momentos: a Campanha da Fraternidade, com o tema Fraternidade e Educação, vai tratar sobre ensinar com amor com o lema “Fala com sabedoria, ensina com amor”, (Pr 31,26). Também acontecerá o Pacto Educativo Global, esse grande chamado do Papa Francisco, a criarmos uma educação pautada no amor , na sustentabilidade, na alteridade”, analisa, ao ler uma mensagem de homenagem aos professores. A Diocese de Santo André conta aproximadamente com 600 professores e educadores que atuam nos nove colégios católicos localizados no Grande ABC: Externato Santo Antônio, Instituto de Ensino Sagrada Família e Colégio Imaculado Coração de Maria, ambos em São Caetano do Sul; Colégio Monsenhor Alexandre, em Mauá; Colégio São José e Instituto Casa da Felicidade, em São Bernardo do Campo; Colégio Vésper e Colégio São José, Instituto Sagrada Família e Instituto Coração de Jesus, ambos em Santo André.
Fotos: Pascom Paróquia Santíssima Virgem (São Bernardo)
Source: Diocese