Denominar as cidades com nomes de santos, celebrados pela Igreja Católica, foi costume na época em que desbravadores cristãos fundavam povoados, os quais, posteriormente se transformaram em cidades, algumas delas, grandes cidades como Santo André, e até metrópoles, como São Paulo. Os santos eram os heróis do povo, em sua maioria cristãos àquela época.
O nome da cidade remonta à Vila de Santo André da Borda do Campo, fundada por João Ramalho em 1553. Talvez hoje, muitos não saibam quem foi Santo André, este nome que em nossa cidade e região, cada pessoa repete todo dia, inúmeras vezes.
Santo André foi um apóstolo de Jesus Cristo como está nos Evangelhos (cf. Jo 1,40; Mc 3,18; Mt 10,2). É nome de origem grega e significa “homem forte, corajoso”. Era natural de Betsaida, cidade da Galiléia, às margens do lago de Genesaré. Filho de Jonas, pescador local e irmão e São Pedro. Eram todos pescadores e tinham uma casa em Cafarnaum, onde Jesus costumava se hospedar quando estava na cidade.
André, assim como muitos jovens daquela época, procurava pelo “messias” o salvador prometido por Deus, para trazer a justiça e a paz ao mundo. Era ansioso por mudança. Quando João Batista começou a pregar às margens do rio Jordão, André se tornou seu discípulo. Quando apareceu Jesus, André passou a segui-lo por indicação do próprio João Batista. Ele foi o primeiro dos discípulos de Jesus e lhe apresentou seu irmão Simão, o qual o chamou também para ser seu discípulo dando-lhe o nome de Pedro.
André é conhecido como o apóstolo da acolhida, por ter acolhido alguns pagãos que desejavam ver o Mestre e os apresentou a Jesus (cf. Jo 12,20-22), e também o apóstolo da partilha solidária, pois foi ele que apresentou a Jesus o menino com os dois pães e cinco peixes, que Jesus abençoou no milagre da multiplicação dos pães (cf. Jo 6,8-9).
Depois da morte de Jesus e a vinda do Espírito Santo, os apóstolos saíram em missão pregando o Evangelho. Santo André, segundo a tradição mais antiga, se dirigiu à Grécia. Neste país, na região da Acaia, na cidade de Patras André foi martirizado. Amarrado a uma cruz em forma de X, e não pregado, do alto da qual ele sofreu e ensinou ao povo durante dois dias antes de morrer.
O imperador Constâncio II, em 361, fez trasladar suas relíquias de Patras a Constantinopla, capital do império. Na época das cruzadas estas relíquias foram levadas para a catedral de Amalfi na Itália. Santo André é padroeiro da Rússia e da Escócia.
Santo André é celebrado no calendário litúrgico da Igreja Católica todo dia 30 de novembro, dia de sua morte. Na Diocese de Santo André a celebração é realizada na Matriz de Santo André, na Vila Assunção, centro antigo da cidade.
Apesar de dar nome ao município, Santo André só se tornou oficialmente padroeiro da cidade em 2019, por meio de lei municipal 10.243 de 22 de novembro. Assim a festa deste homem ilustre e corajoso, festa do padroeiro da Diocese de Santo André e agora do Município, integra o calendário de eventos da cidade.
* Artigo por Dom Pedro Carlos Cipollini – Bispo de Santo André
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