Os húngaros, povo nômade, de sangue fenício e turco, expulsos dos seus lugares de origem, no sopé do Don, chegaram em 889 ao alto do Danúbio e desceram à Panônia, guiados por Arpad, fundador da dinastia dos Arpad que governaram a Hungria até 1301. Eles constituíram constante perigo para o Ocidente até que Oto I os derrotou em 955, próximo a Augusta, obrigando-os a vida sedentária. Foi nesse período que houve a abertura à pregação cristã. O duque Geza, tendo-se casado com princesa cristã, permitiu que o filho Vaik fosse educado cristãmente. Vaik recebeu o batismo nos anos da adolescência e tomou o nome de Estêvão.
Adalberto, bispo de Praga, foi seu guia e mestre. Estêvão teve por esposa a piedosa e inteligente Gisela, irmã do futuro imperador Henrique II da Baviera. Em 997 Estêvão-Vaik herdara do pai o governo dos húngaros e o seu primeiro objetivo foi reunir os trinta e nove condados autônomos num Estado política e religiosamente homogêneo. Enviou a Roma o seu maior colaborador, o monge húngaro santo Astric, que o papa Silvestre II consagrou bispo conferindo-lhe o encargo de consagrar outros bispos húngaros. Confiou-lhe também a coroa com a qual Estêvão, no dia de Natal do ano 1000, foi coroado rei da Hungria, com o título de Rei Apostólico.
Estêvão se mostrou digno do epíteto: empreendeu a evangelização do povo húngaro com a ajuda dos laboriosos beneditinos de Cluny, aos quais favoreceu o incremento em todo o território com a fundação e a dotação de vários mosteiros. O mais célebre deles, o de são Martinho de Pannonhalma, tornou-se grande centro de atividade missionária. Dividiu o reino em dez dioceses e trinta e nove diaconias, correspondentes aos trinta e nove condados. Foi monarca sábio, corajoso e diplomático. Embora mantendo boas relações com o vizinho imperador de Bizâncio, se esmerou em consolidar os vínculos com a promissora comunidade ocidental.
Os últimos anos do seu reino, que durou de 997 a 1038, foram amargurados com a morte prematura do herdeiro, são Emerico, e pelas lutas da sucessão. Com a sua morte a rainha Gisela abandonou a vida da corte e se fechou no mosteiro beneditino de Passau. Estêvão foi inscrito no catálogo dos santos em 1083. Com o novo calendário sua festa foi fixada no dia mais próximo de 15 de agosto, aniversário de sua morte.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
FONTE: PAULUS
Source: Igreja no Mundo