Os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas nos dão de Filipe somente o nome e o lugar do nascimento: Betsaida. João nos oferece mais particularidades acerca da personalidade de Filipe, apresentando-o antes de tudo vinculado pela amizade com o apóstolo Natanael-Bartolomeu, que ele apresenta a Jesus: “Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e os Profetas: Jesus… Vem e vê”.
No relato da milagrosa multiplicação dos pães é a Filipe que Jesus dirige a bem conhecida pergunta: “Onde compraremos pão, para que esta gente possa comer?”. Filipe não entende o significado da pergunta e depois de dar uma olhada à multidão disse: “Duzentos denários de pão não seriam suficientes para que cada um receba um pedaço”.
O jeito um tanto embaraçado de Filipe vem à tona na última informação do Evangelho a respeito dele. Na última ceia Jesus fala aos seus apóstolos do profundo mistério da Trindade. O pobre Filipe está abismado pelo mistério, mas quer simplificar demais: “Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta”. O resto da vida de Filipe está encoberto na obscuridade, como também a sua morte. A tradição mais comum afirma que ele morreu crucificado em Gerápolis, no tempo do imperador Domiciano, ou talvez Trajano, aos 87 anos. As suas relíquias teriam sido transportadas a Roma e colocadas juntas com as de são Tiago na igreja dos Santos Apóstolos. Este seria o motivo pelo qual a Igreja latina festeja os dois apóstolos no mesmo dia.
São Tiago, que o evangelista Marcos chama “o Menor” para distingui-lo de Tiago, irmão de João, entra em cena como bispo de Jerusalém, após o martírio de Tiago, o Maior, no ano 42, e após o afastamento de Pedro de Jerusalém. A sua imagem austera sobressai pela Carta que dirigiu, como encíclica, a todas as comunidades cristãs. Leem-se aí fortes expressões de admoestações que a distância de dezenove séculos não fez perder sua perene atualidade: “Ricos, chorai por causa das desgraças que estão para vos sobrevir. O salário, do qual privastes os trabalhadores que ceifaram os vossos campos, clama…”.
Da morte de são Tiago possuímos informações de antiga data. Entre as mais consideráveis, a do historiador judeu Flávio Josefo, segundo o qual o apóstolo teria sido condenado ao apedrejamento no ano 61 ou 62 do sumo pontífice Anás II, que se aproveitou da morte do integérrimo Festo para eliminar o bispo de Jerusalém.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
FONTE: PAULUS
Source: Igreja no Mundo