Marcelo vem apresentado em atitude esquisita para um papa: num estábulo cuidando de cavalos e burros. Diz uma lenda que enquanto o papa Marcelo celebrava missa em casa de patrícia romana e repreendia o imperador Maximiano pela sua crueldade contra os cristãos, o imperador irritado mandou invadir a casa, transformá-la em estrebaria e obrigou Marcelo a tomar conta dos animais. Ali ficou até morrer. Por isso é o protetor dos que cuidam desses animais. Conforme a mesma lenda trata-se da patrícia Lucina. Sua casa era exatamente no lugar onde hoje temos a igreja de são Marcelo. Mas a igreja atual foi construída sobre outra, queimada em 1519, que fora edificada no começo do século IV. Escavações revelaram uma lâmina de chumbo com inscrições referentes ao corpo de são Marcelo, papa e mártir, e de outros.
Também a respeito de são Marcelo existem críticos que chegam a pôr em dúvida até sua existência, achando que se trata do mesmo Marcelino que se tornou papa no ano 296 e morreu mártir em 304. A sede teria ficado vacante até que, em 309, foi eleito santo Eusébio. Essa afirmação não resiste à crítica. Os compiladores do calendário renovado, embora deixando a memória de Marcelo nos calendários particulares, porque não é santo universal (Sacro-sanctum Concilium, 11) e também esclarecendo que ele não foi mártir, lembram que Marcelo foi papa e morreu em Roma em 309.
Foi dúplice o empenho do breve pontificado de são Marcelo: a reestruturação das paróquias romanas devastadas pela cruel perseguição de Diocleciano e o rigor para com os chamados lapsi (os que renegaram a fé diante de uma perseguição) que pretendiam receber os sacramentos sem terem cumprido as penitências que lhes tinham sido impostas ou prescritas.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
FONTE: PAULUS
Source: Igreja no Mundo