Uma primeira temática do livro é a posse da Terra Prometida, assunto extremamente atual, quando observamos tantas pessoas que ainda não possuem um lar, um local para chamar de seu. Este era o grande anseio do povo, que confiando em Deus, viu a realização da sua promessa, depois de muito caminhar. Para eles e também no contexto presente, a Terra Prometida, o local da habitação é sinônimo de dignidade e felicidade. A Terra é dom de Deus para Israel, mas eles precisam se organizar para entrar e ocupá-la. Deus faz sua parte, como chefe do exército (cf. Js 5,13-15), chamando o povo para colaborar com a dádiva que possuirão. É através da posse da terra que se solidifica o conceito de povo, de nação escolhida, tão caro a Israel. Depois de conquistadas, as terras são repartidas para as tribos de Israel, segundo as necessidades e extensão de cada tribo, exemplo para o tempo presente, não deixando ninguém carente de terras.
Outra temática presente é a obediência à Lei. O livro de Josué pode ser entendido como uma continuação do livro do Deuteronômio e, portanto, a Lei tem papel importante como manifestação da adesão do povo ao projeto de Deus. A lei expressa no Deuteronômio é posta para salvaguardar sobretudo os grupos mais frágeis, os estrangeiros, o órfão, a viúva. No cuidado a estes grupos, Israel manifesta se está atento à Palavra de Deus. O sucesso ou a infelicidade do povo podem-se medir através da leitura, da meditação e da prática dos mandamentos divinos, garantindo que o povo não caia na idolatria, cultuando deuses estrangeiros. A posse da Terra
Prometida será garantida enquanto houver a fidelidade do povo à Lei do Senhor, pois Deus continuará a expulsar os povos estrangeiros (cf. Js 23,5-6). Esta proposta de seguimento da Lei é reafirmada na assembleia realizada em Siquém, que acontece num contexto litúrgico. A assembleia é momento celebrativo, recordando no agora os feitos do passado para projetar o que virá. Josué recorda a ação de Deus junto aos patriarcas, bem como a libertação do Egito e a posse da Terra. A recordação da história é lembrança de que Israel continua unido em torno do Senhor, mesmo com as tribulações vivenciadas. Sabendo do amor de Deus por cada um, Josué exclama: “Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao SENHOR” (Js 24,15), afirmação que também será de todo o povo.
Que esta também seja nossa oração ao longo deste mês da Bíblia, para que sejamos servos da Palavra de Deus, ouvintes assíduos de seus ensinamentos e que saibamos colocá-la em prática, sempre sentindo a presença do Senhor que nos acompanha em todos os momentos.
Gustavo Laureano Pinto, Seminarista Diocesano
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