Neste mês vocacional e, sobretudo hoje, dia em que rezamos pela vocação para a vida em família, queremos refletir sobre a vocação ao matrimônio. Como entender o matrimônio como um chamado?
Vamos nos dando conta disso à medida que vivemos e sentimos esse chamado, assim como Adão, ao ter recebido de Deus sua companheira; assim como Maria e José, na visita do Anjo; assim como aquele casal de Caná, quando Jesus fez seu primeiro milagre. Enfim, tantas outras histórias que nos mostram que “a família é a obra predileta de Deus”, nasceu no coração Dele.
E Deus nos chama a também viver nossa história, nossa vocação! Quando decidimos viver juntos, formar família, criar os filhos, estamos realizando o que Ele sonhou para nós. E esse sonho vai se consolidando no nosso dia a dia através da fidelidade em sua plenitude: nos gestos, nas palavras, nos sentimentos, no nosso relacionamento.
Então, por que surgem tantas situações em nossas famílias que distanciam seus membros? E o pior: por que nem sempre nos damos conta quando isso está acontecendo? E quando notamos, a divisão já se instalou em nosso meio. Então surge o desânimo, o desejo de desistir! É urgente cuidar desta obra de Deus, observar os detalhes, dar importância às pequenas coisas: o carinho, a gentileza, o olhar… devem ser sinais do amor entre marido e mulher. É nesta forma de amar entre o casal que Deus se faz presente e mostra o seu amor. Também em relação aos filhos, frutos dessa união, é preciso ouvi-los, principalmente quando estão crescendo, na adolescência e início da fase adulta.
Orientá-los e compreender suas escolhas, apoiá-los quando estão em dificuldade e dialogar, sempre. Quando estamos unidos, em casal, na educação e no diálogo com os filhos, tendo Jesus como membro da família, como convidado para a festa, assim como nas
Bodas de Caná, estamos respondendo ao chamado da vocação ao matrimônio. Se os filhos não estão bem, se não são felizes, também não seremos. E é Deus, Ele mesmo, o maior interessado em nossa família, por isso elevou o matrimônio a um sacramento e, através dele, nos oferta tantos benefícios. Ele nos ajuda e nos ensina a escolher o melhor caminho, nos fala ao coração muitas vezes através de trechos bíblicos, de homilias, de formações, de documentos da Igreja; outras vezes através de pessoas que torcem por nós, que falam conosco aquilo que Ele os inspirou a nos falar.
É preciso vigiar e orar. Decidir, em casal, atravessar juntos as dificuldades e as provações da vida: perdoando, voltando ao primeiro amor, escolhendo amar e decidindo amar, pra sempre! Quem não se decide a amar para sempre, é difícil que possa amar deveras um só dia. (Papa Francisco, Amoris Laetittia, n.381)
Vânia Ribeiro Barbosa e Nivaldo dos Santos Barbosa
(Paróquia Imaculada Conceição-Região Pastoral Mauá)
Publicado no folheto ABC Litúrgico
Source: Diocese