Nesta última semana de agosto, no encerramento do Mês Vocacional, que completou 40 anos em 2021, recordaremos e celebraremos o dom da vocação do catequista, por meio de sete testemunhos inspiradores para a vida cristã. Confira:
Deus restaura vidas para viver o seu amor na prática
Catequista há 17 anos, Tatiane Bonassa, 45 anos, recorda através de um profundo testemunho, como a vocação surgiu diante de uma situação adversa e de desesperança. “Meu chamado veio quando eu perdi a visão de um dos olhos. Estava no hospital após uma cirurgia para tentar recuperar a visão, pedindo a Deus para me levar pois estava com muita dor, depressão”, conta Tatiane.
“Neste momento ouvi alguém falando comigo. Olhei em volta não tinha ninguém, olhei embaixo da cama, no corredor e nada. A voz disse: “Você acha que isso é sofrimento? Levanta dessa cama, vai visitar um hospital de verdade para você ver o que é sofrimento.” Foi como um levanta e me segue. Eu fiz. Fui ao hospital e falei com o pároco da minha igreja. Ele me orientou e me convidou para fazer parte de uma pastoral. E foi aí que eu passei a enxergar a vida de outro modo”, confidencia.
Tatiane, que atua na Pré-Catequese durante os últimos três anos na Paróquia Santa Luzia e São Carlos Borromeu (Região Santo André – Centro) entende que ser catequista vai muito além de servir ao Senhor: “ser catequista é vivenciar os seus ensinamentos, viver o seu amor na prática”, resume.
Cuidar e levar o amor de Jesus Cristo ao próximo
Adriana Balero Gomes, 52 anos, já exerce no dia a dia a vocação do cuidado ao próximo, na área da saúde. Paroquiana e catequista na Paróquia Santo Antônio (Região São Caetano), a enfermeira afirma que durante a sua catequese ficava encantada com as catequistas. “Depois, na adolescência, pude entender melhor o significado de ser catequista e a importância na formação cristã das crianças. Foi quando decidi que um dia seria catequista, não sabia quando e nem como mais sentia que seria”, revela.
Passaram-se muitos anos até que Adriana foi convidada a fazer parte do grupo de catequistas da paróquia. Um chamado para a missão num dia muito especial e inesquecível para ela. “A cada turma de catequese vivenciamos novos desafios e ao longo do período vamos vencendo e podemos ver o agir de Deus na vida das famílias. Com a pandemia utilizamos ferramentas que antes não víamos a possibilidade de uso”, argumenta. “E agora sabemos que mesmo distante, com criatividade podemos proporcionar ao catequizando experiências com Jesus e fazer com que eles sintam todo o Seu amor. Perceber essa evolução durante o período de catequese e vê-los permanecer em suas caminhadas de fé é o que me motiva a permanecer no caminho”, atesta.
Influência da mãe para servir como catequista
A costureira Audita Chagas de Almeida atua há 25 anos como catequista. “Minha vocação foi despertada por minha mãe. Ela como catequista e muito dedicada na missão de evangelizar me motivou (a ser catequista)”, recorda. Atuando há sete anos na Catequese com Jovens e Adolescentes na Paróquia São Benedito (Região São Bernardo – Anchieta), Audita acredita que ser catequista é uma missão que a faz sentir conectada com Jesus. “Aprendo muito com os catequizandos, aprendemos juntos, como viver o dia a dia com Jesus”, ressalta.
Uma longa jornada de evangelização das crianças e dos jovens
Formado em Engenharia Industrial e Filosofia, Luiz Ricardo da Silva Xavier, 58 anos de idade, dos quais 42 anos como catequista, atua na Catequese com Crianças e Jovens na Paróquia São José, a Igreja Matriz de Ribeirão Pires. Uma longa jornada de serviço à Igreja. “Minha vocação para catequista começou cedo. Meus pais me levaram para participar desde pequeno na Paróquia São José, a Matriz de Ribeirão Pires. Me tornei coroinha e aos 15 anos, por solicitação do pároco, Pe. Angelo Baggio da Congregação dos Scalabrinianos, na qual nossa paróquia faz parte, solicitou preparar outras crianças para serem coroinhas, explicando sobre os objetos litúrgicos, como servir a Deus no altar e isto foi como um chamado a falar de Deus para outras pessoas”, constata. Logo depois começou a ajudar as catequistas da época, na Perseverança. Em seguida assumiu a primeira turma de catequese de Primeira Eucaristia, depois Crisma e não parou mais. “Tive a graça dos meus pais me mostrarem
o caminho e a formação dada pelos nossos padres e a vivência na comunidade paroquial para minha formação de catequista”, pondera. De acordo com Luiz Ricardo, falar de Deus para as crianças e jovens se tornou um grande desafio nos tempos atuais. “Vivenciar e transmitir um Deus que apesar de todas as dificuldades que enfrentamos, Ele está presente, não é um Deus distante, mas próximo, que Ama e quer fazer parte de nossa vida. Aprendi muito nestes anos, e como Igreja que somos, uma Igreja em saída, que transmite com alegria este Deus que caminha conosco. Este é o meu objetivo pastoral hoje, atingindo não somente os catequizandos, mas envolvendo suas famílias, suas comunidades de convivências”, indica.
Deus não escolhe os preparados e sim prepara os escolhidos
A supervisora financeira Kelly Cristina Fassina atua na Catequese com Crianças, na Paróquia Nossa Senhora das Dores (Região Santo André – Centro). Ela conta como acolheu o chamado em seu coração para ser catequista. “Em maio de 2010 fui convidada para ir na formação de catequistas (após ter feito a oficina de orações). Não senti vontade e não lembrava nenhum domingo. No último fim de semana em novembro, lembrei, fui e era o último dia. Quando o padre me viu, perguntou da minha disponibilidade e falei que era aos sábados. Em janeiro, o padre me convidou para participar da reunião para formar as turmas de catequese. Fui nesta reunião. Minha intenção neste momento era auxiliar alguma catequista para saber como era ser catequista”, confidencia.
Porém, algo surpreenderia Kelly e tocaria o seu coração para assumir a missão . “Para minha surpresa, o padre vira e fala: “você é a única que tem disponibilidade no sábado”. Na hora eu disse sim e pedi para o padre me orientar como fazer, pois não tinha ideia de como fazer um encontro, o que falar. O padre me olha e fala: “basta ter amor, pois Deus não escolhe os preparados e sim prepara os escolhidos” A partir deste dia, virei catequista”, celebra. Na sua primeira turma como catequista, começou com sete catequizandos e terminou com 35 catequizandos. “Nunca me senti tão completa passando a palavra de Deus para as crianças. Sentir o entusiasmo delas ouvindo sobre o evangelho não tem explicação”, frisa.
Hoje, Kelly tem certeza que aquele domingo mudou a sua vida. “Sou catequista com muito amor, sempre peço a intercessão do Espírito Santo para que eu continue com esta linda missão de levar a palavra de Deus para as crianças e prepará-las para receberem o Sacramento da Eucaristia”, sintetiza.
As fontes de inspiração para a realização de uma catequista
Elisangela Roque Rodrigues Candido, 46 anos, é professora primária, tecnóloga em logística e técnica em vestuário e têxtil. Casada, mãe de uma moça de 23 anos e um rapaz de 25 anos, ela conta que o ambiente familiar de oração e a reza do terço nas casas contribuíram para despertar a vocação. “Quando pequena, rezávamos em família a Ave Maria ajoelhados na frente do rádio. Participei da catequese e dos terços nas casas, por iniciativa própria e desde o Crisma quis ser catequista, mas só recentemente pude ser catequista de crianças da fase 1 e 2”, recorda Elisangela, que atua como catequista desde 2017 na Paróquia Imaculada Conceição, a Igreja Matriz de Mauá. “Eu sou realizada como catequista quando vejo as crianças falarem com Deus, Jesus e Maria, com suas próprias palavras, de coração aberto, confiando e orando”, agradece.
Plantar sementinhas nos corações das crianças
Magda Quelli de Souza, 41 anos, é catequista de crianças na Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes (Diadema). Aos 14 anos ingressou na catequese participando na Paróquia Menino Jesus (Diadema). “Cheguei a fazer parte da coordenação. Estava bem envolvida com a evangelização. É como se as crianças fizessem parte da minha família”, conta. Permaneceu na paróquia até os 26 anos. Quando começou a fazer faculdade e trabalhar acabou abrindo mão da catequese, mas retornaria quando mudou de bairro. “E assim fiquei longe da catequese um bom tempo. Depois que eu casei fui morar no Eldorado e comecei a frequentar as missas. Conversei com a irmã Marisol e mostrei meu interesse na catequese. Fiz a formação e graças a Deus voltei a evangelizar”, comemora. No último dia 21 de agosto, as crianças receberam o sacramento da comunhão. “Foi muito emocionante receber o carinho dos pais”, atesta.
Magda avalia que hoje em dia, com tantos meios de comunicação, fica cada vez mais difícil falar de Jesus, pois são muitas as opiniões, ideias e perda de valores. “As crianças crescem em um lar onde Deus não é prioridade. Colocam os filhos na catequese por conta da tradição. A maioria dos pais nem ao menos frequentam as missas. Mas ai de nós se não evangelizarmos. E é essa motivação que me inspira a plantar a sementinha”, finaliza.
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Source: Diocese