De 22 a 27/10/2018, tivemos a Semana de Liturgia, acontecendo simultaneamente em seis pontos da diocese, abarcando todas as regiões pastorais. Na região Diadema, os encontros foram realizados na Paróquia Bom Jesus de Piraporinha. O objeto de estudo para as noites de formação foi o Diretório Diocesano de Liturgia de nossa Diocese, lançado no contexto do Sínodo Diocesano.
Abrindo a semana de estudos, Padre Rudnei, Administrador Paroquial da Paróquia Santa Luzia, Virgem e Mártir, em São Bernardo, apresentou o capítulo seis do diretório, que trata sobre a Celebração dos Sacramentos e das Exéquias. Os Sacramentos são sinais sensíveis da Graça de Deus, um canal que nos leva a Salvação através do Mistério Pascal de Cristo. Cada um dos sacramentos apresenta sua liturgia própria, como os Sacramentos da Reconciliação, Unção dos Enfermos e Matrimônio, abordadas no estudo. As Exéquias se enquadram na categoria dos sacramentais, sinais sagrados com o objetivo de se preparar para receber os Sacramentos, podendo acontecer antes ou depois da celebração sacramental, como as bençãos.
No segundo dia, Padre Vinicius, Administrados Paroquial da Paróquia Jesus Bom Pastor, em Santo André, estudou o capítulo primeiro, definindo o que é a Liturgia. Ela apresenta uma identidade própria: é a celebração do Mistério Pascal de Cristo e do exercício da função sacerdotal do próprio Cristo que escolheu para nos santificar; não é uma mera reunião de pessoas, nem uma celebração genérica. O Mistério Pascal não é um segredo nem um enigma, mas uma Verdade que vai se revelando, um dom que nos encanta e educa. Os ritos litúrgicos não são magia, mas uma forma de organização da própria vida, orientando os cinco sentidos para isso. Na liturgia, é atualizada a Aliança que Deus fez do Antigo ao Novo Testamento; não é simples recordação, mas sim um memorial, um testemunho da ação de Deus no mundo. A presidência das celebrações, tema do capítulo dois, apresenta o serviço daquele que está a frente da comunidade, sendo a presença do próprio Jesus para a comunidade; o presidente é a Cabeça e a assembleia é o Corpo. O Bispo é o sinal dessa presidência em toda a diocese, que se estende aos presbíteros e aos diáconos.
Padre Cláudio, Administrador Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em São Bernardo, abordou o capítulo doze, sobre a Inclusão na Liturgia. Nas missas, para a devida inclusão de alguém com algum tipo de deficiência é necessário adaptar o espaço litúrgico, reservando bancos mais próximos ao altar, para garantir uma melhor visualização dos ritos, sem interferências de barulhos e estímulos externos, gerando distrações. Com esse simples gesto, a pessoa com deficiência saberá que a comunidade pensou nela e gerará a consciência no restante da assembleia. É de extrema importância que a comunidade faça uma pequena ficha, recolhendo alguns dados da pessoa com deficiência e encaminhar para o Setor Inclusão da Diocese. Para as celebrações com a presença de surdos, que são aproximadamente três mil na cidade de Diadema, é necessário intérpretes junto ao presbitério, para a tradução das leituras e das músicas. A voz e o intérprete devem estar sincronizados. Para os deficientes visuais, é necessário a áudio descrição, explicando os detalhes da celebração, como a disposição do espaço litúrgico, decoração, cores, número de pessoas. Não é necessário o uso do microfone para tal função. Aqueles que apresentam alguma deficiência intelectual podem participar das funções litúrgicas, não apenas de forma passiva, mas com o devido entendimento da ação que está desempenhando. Para acolher as pessoas com deficiência motora, é necessário adaptar o ambiente, até mesmo mudando o local da Proclamação da Palavra. O presidente da celebração deve ser comunicado e solicitado para que se dirija a este irmão ou irmã.
Na quinta-feira, Padre Joel, Pároco da Catedral Nossa Senhora do Carmo, em Santo André, e Vigário Episcopal para a Pastoral, apresentou os capítulos quatro e cinco, referentes a Eucaristia, a Missa e suas partes. O centro de nossa fé é Jesus. Eucaristia é a presença salvífica de Jesus, é Ação de Graças, é vivência da Igreja; Eucaristia é o Sacrifício da Cruz e também a ceia e o banquete, onde Ele se dá em alimento como expressão maior de amor. Através dela, nos santificamos e elevamos a Deus o nosso culto.A celebração da Eucaristia é a origem e o fim de todo culto. A Missa é celebrada validamente com a sua matéria própria: o pão eucarístico, ázimo, feito de trigo, e o vinho de uva com fermentação natural, sendo necessário também a sua forma legitima e válida que é a apresentado no Missal Romano. Muitas comunidades, pela ausência do padre, para poderem participar do Domingo, reúnem-se para celebrar a Palavra de Deus presidida por Diáconos ou Ministros Leigos com a distribuição da Sagrada Comunhão, onde os fieis presentes devem ter o desejo de participar da celebração eucarística. O Ministro leigo deve usar vestes adequadas, se comportar como um entre iguais, nas saudações e intervenções da celebração, evitando palavras que pertençam aos padres, devendo usar a primeira pessoa do plural. Não há a apresentação dos dons, Oração Eucarística nem a fração do Pão acompanhada do canto do Cordeiro de Deus. Para a distribuição da comunhão aos enfermos e idoso, o ministro deve transportar o Santíssimo Sacramento diretamente da Igreja para a casa do fiel que receberá a Comunhão. A Adoração ao Santíssimo Sacramento está prolonga e prepara para a Celebração Eucarística. Os ministros leigos podem expor o Santíssimo desde que estejam com as vestes próprias, não podendo, porém, dar a benção sobre o povo.
No quinto dia, Padre Hamilton, Administrador Paroquial da Paróquia São Felipe Apóstolo, em Mauá, e Coordenador Diocesano de Liturgia, partilhou sobre o capítulo onze, que trata da piedade popular na liturgia, que é o caminho que as pessoas percorrem na fé, que influenciam o seu modo de celebrar, como as visitas aos Santuários, as procissões, demonstrando a fé publicamente, as danças religiosas, tendo como grande expressão a Folia de Reis e os objetos de devoção, como as medalhas e relíquias. Para bem inserir a piedade popular na liturgia, é necessário preparar as celebrações com antecedência, em todos os seus aspectos: homilia, cantos, leituras e funções a serem desempenhadas. Além disso, o padre Hamilton desenvolveu o tema do terceiro apêndice, sobre as missas com denominações, reforçando de que é preciso sempre se lembrar que devemos conservar as riquezas que foram crescendo na fé e na oração da Igreja dando-lhes o justo lugar. Em nenhum momento, porém, podemos esquecer o mistério central da missa, que é o Sacrifício Pascal de Jesus Cristo. Sendo assim, temos que lembrar que não existem missas diferenciadas.
No último dia de formação, o Diácono Clayton, que tem uso de ordem na Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes, em Diadema, ensinou sobre o capítulo nove, que trabalha sobre o Espaço Sagrado para a Celebração. A Igreja é o espaço sagrado para nos reunir, ouvir a Palavra e celebrar a Eucaristia. Toda Igreja deve ser dedicada ao Senhor em rito solene ou ao menos abençoada, conforme o costume. O presbitério deve ser ocupado pelo presidente da celebração, pelos ministros ordenados e os que auxiliam diretamente o presidente da celebração no altar, como os cerimoniários, coroinhas e ministros extraordinários da comunhão. Na nave da igreja, ficam os ministérios conferidos e os demais fieis. Outro espaço sagrado que merece destaque é o Átrio, lugar destinado a acolher os que chegam para a celebração.
Conhecer a liturgia é conhecer um pouco mais sobre a fé que professamos e encanta os olhos pela sua beleza, mas também por poder contemplar a ação de Deus no meio de seu povo.
Josemeire Casagrande Battistini – Leitora da Liturgia
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